quinta-feira, 29 de setembro de 2016

UM CONSENSO INÉDITO



 A 71º. Assembleia Geral das Nações Unidas - reunida com a missão de aprovar e traçar os caminhos para o desenvolvimento sustentável do Planeta até 2030 - já tem muito a comemorar com a confirmação da adesão de 60 países ao Acordo de Paris, resultado final da Conferencia Mundial do Clima celebrada em Dezembro/2015.
Virão mais adesões, sem dúvida, até que não seja mais que para seguir o exemplo dos maiores poluidores do mundo – a China e os EUA – que hoje lideram os esforços que tentam diminuir a emissão de gases de efeito estufa, principais responsáveis pelo aquecimento terrestre.

Vai precisar muita coragem e visão humanista para enfrentar a verdade mais que inconveniente sintetizada no modelo vigente nos últimos 300 anos de produzir riqueza, incorporado solidamente à nossa “sapiência” política- econômica.

É que, na verdade, o “sistema”, firmemente apoiado na lei férrea dos mercados, sustenta que é preciso crescer continuamente, a qualquer custo, cada vez mais, e mais, e mais... Sem limites. Oba! Mais consumo, mais riqueza, mais uso dos recursos naturais. E nunca está demais para dar uma mãozinha um cenário global caótico com muita desconfiança, insegurança, violência, discórdia e conflitos sangrentos, tudo para manterem aquecidos os mercados de segurança e de armamentos que, ironicamente, são componentes importantes no modelo vigente.

  E que, nos tempos atuais, por incrível que pareça no auge do conhecimento, da tecnologia e da riqueza global, esta é a única geração capaz de se autodestruir na longa história do homem na Terra!

Alerta global
Estudos de conceituados organismos de controle e defesa ambiental são unânimes em afirmar que os gases de efeito de estufa retidos na atmosfera – dióxido de carbono, metano e óxido nitroso – continuam a registrar sucessivos recordes de aumento numa alucinante corrida que alimenta uma sequência de efeitos catastróficos sobre nossa civilização.

Recordes de aumento da temperatura terrestre – Agosto do presente ano registrou a maior media registrada desde 1880 - cujos efeitos danosos são perceptíveis na mudança dos ciclos climáticos, secas cada vez mais devastadoras, aumento de acidez das águas dos oceanos, derretimento das calotas polares e dos gelos das alturas, aumento de inundações pelos excessos de chuvas, no acréscimo de doenças do aparelho respiratório e mortes ocasionadas diretamente pelo calamitoso aumento de gases atmosféricos, só para citar alguns dos efeitos mais visíveis. Mas todos eles de efeitos colaterais terríveis que sustentam uma corrente de males nefastos para a continuidade da vida no Planeta.

De tudo, resulta cada vez mais urgente aplicar os princípios do Programada das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), sintetizado na Economia Verde como a fórmula ideal para mover as engrenagens da riqueza global e que pode ser assim definida: ”È aquela que resulta em melhoria do bem-estar humano e da igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica. Ela tem três características preponderantes: 1) é pouco intensiva em carbono; 2) é eficiente no uso de recursos naturais e; 3) é socialmente inclusiva”.

 Bem, nos últimos 300 anos de nossa Era Industrial, muito pouco disso foi lembrado e aplicado no vórtice de um sistema que exige continuamente mais e mais: Mais produção, mais consumo, mais riqueza para atender os anseios dos mercados sempre em procura do máximo. Sem limites!

 Só que a Terra começa a mostrar seus limites!