terça-feira, 16 de abril de 2013

ARMAS PARA GANHAR A GUERRA DOS MERCADOS


Não sem razão que o desempenho exportador da maioria dos países asiáticos – a China na cabeça – desperte admiração e até uma pouco disfarçável inveja dos principais responsáveis pela promoção de vendas internacionais dos principais “players” dos negócios globalizados, destacando-se o Brasil entre aqueles que muito gostariam acompanhar o dinamismo de seus “colegas” nas terras do sol nascente.

Todos esses vencedores das gurras dos mercados têm em comum, pelo menos, um aspecto : utilizam eficientemente todos as armas do arsenal do marketing internacional, superando largamente os EUA, desde sempre tido e cantado como mestre supremo na criação e aplicação de ferramentas eficientes de vendas.

E, francamente, não foi apenas o diferencial de preços, os esquemas de financiamento inovadores e as condições preferenciais que foram ao encontro das necessidades dos compradores. Foi, também e muito especialmente, a adoção de uma política para o longo prazo, elaborada com base num planejamento inteligente que contempla cuidadosamente os pormenores de uma tarefa sabidamente colossal.

Em 2012 e nos dois primeiros meses de 2013, se, por um lado, sobram explicações (políticas, técnicas, circunstanciais) para explicar o desempenho apenas sofrível de nossas vendas internacionais – a China contribuiu, uma vez mais, para que o descalabro não fosse maior – não é menos verdade que a evolução de nosso comercio internacional apenas acompanhou aquilo que acontecia no mundo. Ou seja: Como país, seguimos a corrente, sem demonstrar capacidade de crescer além da burocracia de estatísticas bem comportadas.

Claro está que é necessário ir além e não fixar-se no triste, e até inexplicável,
exemplo do desempenho do PIB, cujas cifras finais são o campo de batalha da burocracia (burrocracia?) que busca algo para justificar-se, discordando de centésimos de hum por cento sobre qual é a algarismo final para registrar esse comportamento aquém do mínimo para dar sustentabilidade à economia brasileira.

Nesse cenário cinza, o que resta então para as P&M brasileiras que devem travar batalhas desiguais com adversários muito melhor aquinhoados para ganhar – ou manter –seu espaço nos mercados internacionais?

No mínimo, tentar ganhar a batalha nos dois fronts, interno e externo, onde se trava a luta internacional de conquista dos mercados:

Internamente, ganhando competitividade mediante duas ações paralelas : a primeira, mexendo criativamente na estrutura interna da empresa, para ganhar em produtividade, preço e qualidade; a segunda,  com  mais incentivos, governamentais e privados, especialmente  financiamentos, isenções especiais, trámites  burocráticos simplificados, políticas de apoio a longo prazo, etc..

No front externo, surge uma idéia inovadora para utilizar ficientemente  todos os instrumentos do arsenal de marketing internacional: Implantação de uma rede de TRADE CENTERS BRASILEIROS  NOS PRINCIPAIS CENTROS DE NEGÓCIOS DO  MUNDO com potencial para importar produtos das P&M.

Operando como centros de negócios brasileiros no exterior especializados no apoio às P&M, teriam espaços adequados para exposição permanente de produtos em esquemas rotativos, além da missão de  coordenar e/ou executar diversas ações de marketing, tais como vendas; promoção de eventos; lançamentos de produtos; publicidade; pesquisa de compradores, de concorrentes, de tendências, de potencial de mercado, de preferenciais, de preços, etc.; apoio direto á participação de feiras & exposições; recepção e organização da agenda de missões empresariais; assessoria integrada em comércio exterior, focalizando seu mercado de atuação; implementação de parcerias; etc.

Essa rede mundial, inicialmente com 40 TC, pode ser idealizada  para atender objetivos ambiciosos, como o de multiplicar por 2,5 o numero de P&M exportadoras, passando das 4.000 atuais para 10.000  num prazo entre 5-7anos, com uma exportação total de aproximadamente US$ 15 bilhões/ano.

O inacreditável é que a implantação desse projeto, até sua auto-sustentação e rentabilidade, não é superior aos US$ 30 milhões em 5 anos ou apenas 0,2% das vendas anuais!

Resta o consolo, por não fazer, admirar e admitir que os asiáticos são os novos mestre do marketing internacional.

  

l

Nenhum comentário:

Postar um comentário