A difícil transparência
Integrada por 134
países, o Fórum Mundial para a Transparência e a
Troca de Informações Tributarias, entidade crida pela OCDE (Organização para Cooperação
e Desenvolvimento Econômico), tem pressionado fortemente os governos para
cooperar no combate os ilícitos fiscais, modernizando e fazendo cada vez mais
eficazes os instrumentos que dificultam essa pratica que desvia centenas de
bilhões de dólares de seu uso dentro da legalidade e que, como nefasta
consequência, prejudica severamente a boa governança das contas públicas.
A chefe do
secretariado do Fórum, Monica Bathi, afirmou recentemente: “A forte pressão
internacional está fazendo cada vez mais difícil encontrar um lugar seguro para
esconder recursos possuídos de forma tortuosa”.
É, sem dúvida, uma
excelente notícia, ainda que os manipuladores (bancos) pertinazes do dinheiro
possam realmente romper uma prática, nascida em Veneza no Século XIV, e deixem
de buscar e encontrar médios para continuar recebendo os polpudos benefícios do
dinheiro de origem duvidosa, venha de onde venha. Que, segundo a Transparência
Internacional, produz algo próximo de 40% de seus lucros!
Para na esquecer
O impacto devastador do cataclismo das
finanças mundiais em 2008 – e de sua irmã gêmea, a economia global – vai
antecipar a necessidade de uma mudança radical da arquitetura do “sistema”
- aqui definido como o "grande arranjo entre os amigos que monopolizam
o poder” - que teve início, nos tempos modernos, quando Adam Smith
- sem dúvida, uma das mentes mais lúcidas que enriqueceram o
saber econômico da humanidade – publicou sua mais que famosa “Riqueza
das Nações”, em 1776, proporcionando às minorias dominantes da época
a base teórica do modelo capitalista&liberal, instrumento ideal
para geração de riquezas........ás custas da maioria! Isso,
sob a justificativa infalível de que “o fim justifica os meios”.
Os ingredientes
Obter ganâncias
fabulosas no sistema financeiro globalizado é muito fácil, desde que a matéria
prima para as safadezas é, infelizmente, tão abundante quanto à cobiça daqueles
que jogaram a ética no mais obscuro canto de suas consciências. Depois, é só
misturar os ingredientes na dose e no tempo certo, como muito expertamente os
gestores do dinheiro (de outros) vem fazendo, de forma notável, desde há mais
de 500 anos.
Na vida real, é só reunir à
aparência de uma entidade acima de qualquer suspeita à falta de escrúpulos e ao
conhecimento apurado do funcionamento da “máquina”. E, para dar a necessária
sofisticação ao imbróglio, somar uma formação econômica e legal (própria ou de
terceiros) à habilidade de disfarçar a verdade com sofismas dignos dos maiores
malandros do planeta. Podem ter certeza, funciona!
Depois, é só recolher as ganâncias. E contribuir para engordar os mais de 25trilhões (trilhões mesmo!) de dólares – algo como 32% do PIB mundial - depositados em mais de 60 paraísos fiscais, impecavelmente encabeçados, desde quando se tem notícia da existência dessa modalidade de esconder recursos mal havidos, pela “irrepreensível Suíça”.
Depois, é só recolher as ganâncias. E contribuir para engordar os mais de 25trilhões (trilhões mesmo!) de dólares – algo como 32% do PIB mundial - depositados em mais de 60 paraísos fiscais, impecavelmente encabeçados, desde quando se tem notícia da existência dessa modalidade de esconder recursos mal havidos, pela “irrepreensível Suíça”.
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