quinta-feira, 23 de julho de 2009

PACIÊNCIA, PERSISTÊNCIA, EQUILIBRO

Nos últimos 30 anos a China experimentou uma transformação dramática e substancial na medida em que passava de uma economia centralizada, que obedecia rigidamente os princípios do comunismo ortodoxo, para uma nova economia denominada socialista de mercado, com o objetivo de extrair o melhor de ambos sistemas, porém sem perder de vista a necessidade de manter o equilibro de forças que até então eram consideradas antagônicas e naturalmente excludentes.

Este singular modelo de desenvolvimento, que favorece a prudência na abertura do mercado mantendo o papel regulador do Estado, tem sido reconhecido como um Sistema que merece a mais cuidadosa atenção e que pode ser uma alternativa interessante para que muitas nações cheguem mais rapidamente a níveis adequados de evolução econômico-social.

As grandes reformas – que continuam – foram introduzidas de forma gradual e firme, com metas estabelecidas para o longo prazo, controladas e planejadas para não causar comoção nem resistências desestabilizadoras num país de tradições arraigadas e que ainda guarda nas suas elites dirigentes um sentimento muito forte da necessidade de manter o máximo dirigismo centralizado, simblizado no Estado onipresente.

Mas, felizmente, tudo muda e a China está conseguindo harmonizar as necessidades e os anseios populares com seus logros no sistema econômico, na organização política e nos avanço sociais.
O que proporciona uma sólida base para uma análise acurada daquilo que muitos líderes de países pobres - e incluso muitos emergentes - questionam: Pode a China servir de modelo para o tipo de desenvolvimento que atenda as necessidades populares e minimize as terríveis desigualdades e injustiças do sistema econômico-social que vigorou no mundo endemicamente, inclusive até os dias de hoje?

Interessante é que se intui nas entrelinhas dos programas chineses de desenvolvimento a influência da filosofia de Confúcio, que pregava que o caminho para o futuro estava demarcado pela paciência, pela persistência e pelo equilibro do homem com a natureza e de uma vida em harmonia com todos os seres vivos.

Bem, nada a ver com o sistema capitalista/liberal de mercado.

Imagem: Estadio Nacional de Pequim.

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