quinta-feira, 25 de junho de 2009

O INIMIGO INVÍSIVEL

Resulta por demais evidente que nos encontramos numa época sem precedentes nos tempos modernos, demarcada por uma conjugação de tendências conflitantes que, tudo parece assim indicar, devem ser os primeiros sinais de uma mudança profunda no relacionamento entre as os povos, as pessoas e as nações e, destes, com o Planeta Terra.

Na medida que avança a percepção de que o sistema capitalismo&liberalismo&mercado não vai conseguir manter seu predomínio sobre as gerações futuras, surgem as novas fórmulas de substituição do velho pelo novo, agora sim com o pressuposto de estarem muito mais próximas dos verdadeiros anseios da maioria dos seres humanos.

Apenas uns poucos símbolos visíveis dessa mudança planetária podem ser observados, por exemplo, na troca da meta de desenvolvimento a qualquer custo por desenvolvimento sustentável; no incrível avanço da ciência, das tecnologias da informação e do conhecimento, como matéria prima para a democratização do progresso; na ascensão à presidência de um ex-operário no Brasil, de um indígena na Bolívia e de um negro nos EUA; na importância da China como poder mundial; na compreensão das lideranças políticas, de todo o planeta, da necessidade de trabalhar juntos para solucionar problemas globalizados; na preocupação real, crescente e prioritária pela preservação e recuperação ambiental; no aparecimento de um novo tipo de consumidor, mais consciente, informado e exigente: e por aí afora, os signos que prenunciam o começo de uma nova ordem mundial começam a surgir em todos os cantos, sempre em luta infindávelcom os guardiões da velha casta.

Mas, infelizmente, ainda não é tão claramente visível e têm suficiente destaque na agenda das lideranças políticas planetárias, o combate prioritário e sem tréguas ao grande inimigo invisível com poder suficiente para arrasar as conquistas dessa nova civilização. Insidioso, está presente “em” todos os países e “entre” muitas das nações do globo, movimentando seus tentáculos maldosos para esmagar as esperanças de uma vida melhor para centenas de milhões de seres humanos.

Esses tentáculos tomam formas conhecidas, como fome, mortalidade infantil, doenças, analfabetismo, discriminação racial e sexual, má qualidade da educação, injustiças, má distribuição da riqueza, xenofobia, fanatismo, falta de oportunidades, desigualdade social, miséria, más condições de vida, insalubridade, falta de água, em soma, morte da esperança de uma vida digna.

Interessante e preocupante ao mesmo tempo: esse inimigo invisível pode ser eficazmente combatido e eliminado, em muitos casos, com apenas 5% (cinco por cento!) dos recursos usados para salvar os descalabros das finanças do “sistema”. E, agindo assim, poder-se-ia garantir, eficaz e longamente, a sobrevivência da nova ordem.

Será pedir muito?

Nenhum comentário:

Postar um comentário