
Não foi difícil para que os delegados chegassem a uma única e dura conclusão: é urgente melhorar substancialmente o gerenciamento dos recursos hídricos, sob pena de continuar reduzindo a disponibilidade de água de boa qualidade para mais de 40% (2.800.000.000) dos habitantes da terra, dos quais mais de um bilhão sofrem de forma crônica da falta desse elemento insubstituível.
Nesse evento, foram destacados os exemplos do Brasil e da China pela eficácia de suas ações na solução dos graves problemas que enfrentam no uso sustentável do precioso líquido.
Interessante: entre as grandes nações, o Brasil tem uma posição excepcional, já que com 3% da população do planeta possui 15% de suas águas doces. Já a China, com 20% dos habitantes do globo, dispõe de apenas 5% da água utilizável.
No caso do Brasil, o grande destaque foi o Projeto de Integração do São Francisco, que pretende o desvio de 1,5% da vazão do rio e deve contribuir decisivamente para solucionar os problemas decorrentes da falta de água para 12 milhões de pessoas (são 12 milhões mesmo, 33% da população do Nordeste!), o que deve ocasionar um impacto de grandes proporções no ambiente social, econômico e.......político da região beneficiada.
Em tempo: ”político” vai por conta da perda de influência de “tradicionais coronéis das terras áridas”, que nunca deixaram de aproveitar-se das penúrias dos sofridos nordestinos para saciar seu apetite de poder. O que, por outra parte, até ajuda explicar a resistência e a demora para implantação desse importante projeto, visto por muitos como o marco inicial para a redenção definitiva da região semi-árida dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Já com referência à China, um dos grandes feitos de significativo alcance social foi a antecipação para 2009 da Meta do Milênio, planejado para 2015, de reduzir para a metade a população sem acesso à água potável. E sem esconder seu orgulho, o ministro chinês de Recursos Hídricos, Chen Lei, também destacou que até 2013 a meta é possibilitar que 100% (800 milhões!) de habitantes das áreas rurais disponham de água potável. Tomara!
E tem mais exemplos dignos de destaque: nos últimos 10 anos, a duplicação da produção agrícola não gerou aumento do consumo de água nas lavouras chinesas! E, desde 1990, cada 10% do aumento do PIB, significou apenas um acréscimo de 1% no consumo de água para uso industrial.
São resultados notáveis que comprovam que o casamento da tecnologia & qualidade da gestão dá excelentes resultados.
Imagem: vista do reservatório da Represa de Sobradinho
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