terça-feira, 24 de março de 2009

H2O

Em Istambul, na Turquia, no decorrer da realização do 5º FORUM MUNDIAL DA ÁGUA, especialistas de mais de 150 países debateram largamente os meios para administrar mais eficientemente e evitar a crescente escassez da commodity mais preciosa do planeta, tentando propor ações e intercambiar tecnologias para evitar aquilo que os pessimistas de plantão não hesitam em batizar como “uma das causas mais prováveis de guerras na segunda metade do Século XXI”.

Não foi difícil para que os delegados chegassem a uma única e dura conclusão: é urgente melhorar substancialmente o gerenciamento dos recursos hídricos, sob pena de continuar reduzindo a disponibilidade de água de boa qualidade para mais de 40% (2.800.000.000) dos habitantes da terra, dos quais mais de um bilhão sofrem de forma crônica da falta desse elemento insubstituível.

Nesse evento, foram destacados os exemplos do Brasil e da China pela eficácia de suas ações na solução dos graves problemas que enfrentam no uso sustentável do precioso líquido.

Interessante: entre as grandes nações, o Brasil tem uma posição excepcional, já que com 3% da população do planeta possui 15% de suas águas doces. Já a China, com 20% dos habitantes do globo, dispõe de apenas 5% da água utilizável.

No caso do Brasil, o grande destaque foi o Projeto de Integração do São Francisco, que pretende o desvio de 1,5% da vazão do rio e deve contribuir decisivamente para solucionar os problemas decorrentes da falta de água para 12 milhões de pessoas (são 12 milhões mesmo, 33% da população do Nordeste!), o que deve ocasionar um impacto de grandes proporções no ambiente social, econômico e.......político da região beneficiada.

Em tempo: ”político” vai por conta da perda de influência de “tradicionais coronéis das terras áridas”, que nunca deixaram de aproveitar-se das penúrias dos sofridos nordestinos para saciar seu apetite de poder. O que, por outra parte, até ajuda explicar a resistência e a demora para implantação desse importante projeto, visto por muitos como o marco inicial para a redenção definitiva da região semi-árida dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Já com referência à China, um dos grandes feitos de significativo alcance social foi a antecipação para 2009 da Meta do Milênio, planejado para 2015, de reduzir para a metade a população sem acesso à água potável. E sem esconder seu orgulho, o ministro chinês de Recursos Hídricos, Chen Lei, também destacou que até 2013 a meta é possibilitar que 100% (800 milhões!) de habitantes das áreas rurais disponham de água potável. Tomara!

E tem mais exemplos dignos de destaque: nos últimos 10 anos, a duplicação da produção agrícola não gerou aumento do consumo de água nas lavouras chinesas! E, desde 1990, cada 10% do aumento do PIB, significou apenas um acréscimo de 1% no consumo de água para uso industrial.

São resultados notáveis que comprovam que o casamento da tecnologia & qualidade da gestão dá excelentes resultados.

Imagem: vista do reservatório da Represa de Sobradinho

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