terça-feira, 31 de março de 2009

G - 20

Os principais líderes do G-20 (*) estarão reunidos em Londres em 01/02 de Abril, para dar seqüência à cúpula que aconteceu em Washington, em Novembro/2008, onde foi consensual que a crise exigia medidas coordenadas de todos os participantes.

Foi preciso uma catástrofe econômica realmente formidável para que os países ricos abrirem espaço para a participação das nações do “terceiro mundo” – discriminadas até no nome – nas decisões que poderão(?) contribuir para a solução da crise globalizada.

Bem, se isso não for apenas por uma questão de bom senso econômico, que seja mesmo por um imperativo de lógica populacional, desde que os 20% mais ricos entenderam (finalmente) que não é possível prescindir impunemente da opinião, da participação e da colaboração de 80% da população do planeta. O custo de continuar ignorando os”pobres” seria imponderável e certamente teria repercussões gravíssimas sobre os efeitos do caos global.

O paralelismo com a Grande Depressão da década iniciada em 1930, cujo final foi “apressado” pela II Guerra Mundial, é citado como uma lição esquecida dos malefícios dos mercados financeiros sem outro controle que as ambições desmedidas dos poderosos. Os freios das leis e normas internacionais apenas serviram para fazer a alegria dos que tem mãos sujas e aumentar os lucros dos bancos que operam em mais de 50 paraísos fiscais que servem de refugio às falcatruas globalizadas. E, pasmem: mais de 80% das organizações financeiras nesses “paraísos” tem como acionistas os maiores e mais “sérios” bancos do planeta!! Claro, lucros “por fora”.

O encontro pode ser fundamental para que esses líderes provem que entenderam que, retórica aparte, todos estamos no mesmo barco, que está afundando e precisa, urgentemente, de reparos. E de bons marinheiros.

Mas, temos que estar cientes que os problemas mundiais não serão solucionados como por arte de magia numa única reunião, onde as velhas e astutas raposas - representantes dos países ricos - compartem o palco com jovens estreantes que, por mais aguerridos que sejam – vale destacar Brasil, Rússia, Índia e China, os BRICs - .tem também graves problemas internos que exigem políticas econômicas diferenciadas, o que pode dificultar ações conjuntas consensuais.

Do outro lado, no palco principal, estão os Estados Unidos, que até por (mal) hábito não vão aceitar facilmente deixar o monopólio das grandes decisões mundiais. Porque, com ou sem crise, continuam sendo a única potência do globo sustentada em grau supremo pela tríade sagrada do poder absoluto: (1) um egoísmo sem limites, que serve como embalagem da (2) maior economia do planeta, totalmente integrada com (3) as forças armadas mais poderosas conhecidas na história humana.

Até que não está demais muita reza e simpatia.

(* ) Os membros plenos do G-20 são: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Turquia e a União Européia.

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