sábado, 25 de abril de 2009

OS LATINO - AMERICANOS

Na Cúpula das Américas, ocorrida no último fim de semana em Trinidad e Tobago com a participação dos mandatários de todos os países da região, inclusive o presidente Obama, dos EUA, as discussões foram além das saídas para a crise global e o fim das restrições a Cuba por parte da nação mais poderosa do mundo, para focalizar temas chaves para o desenvolvimento regional, sintetizados em: “Assegurar o futuro de nossos cidadãos pela promoção da prosperidade humana, segurança energética e sustentabilidade ambiental.”

Desde que esses propósitos são comuns a todos os países e se encaixam perfeitamente em qualquer fórum de discussão dos problemas que afligem mais de 90% dos habitantes do planeta, fica a sensação de uma (outra) promessa plena de retórica, produzida pela burocracia internacional de plantão e que todos os presidentes assinam com a pompa que a ocasião merece.

Mas que, na prática, se parece mais um (outro) trecho de um discurso para boi dormir, especialidade de nossos (e dos outros) políticos, invencíveis na arte de enfeitar e esconder a realidade com termos soberbos.

Em tempo, vale uma lembrança: Em agosto de 1961, em Punta del Este (Uruguai), na reunião do Conselho Econômico e Social Interamericano (CIES), com a presença de todos os membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) se aprovou a criação da Aliança para o Progresso, com objetivos igualmente ambiciosos para a promoção do bem estar dos latinos desse pedaço do mundo.

Ainda que fortemente apoiada pelo então presidente dos EUA, John Kennedy, - símbolo da expressão de seu idealismo e de sua política para America Latina - infelizmente, na vida real, ficou no papel e na atualidade, quase cinco décadas depois, as carências sociais ainda são parte do quotidiano de dois de cada três dos 570 milhões de habitantes da região.

Mas, nem tudo está perdido. O Brasil foi reconhecido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como exemplo na aplicação de “
tecnologias sociais”, que podem ser aplicadas em outros países da América Latina e em áreas carentes do mundo todo.
Esclarecendo: Essas tecnologias compreendem produtos, técnicas ou metodologias
desenvolvidas a partir da interação com a comunidade e que representam efetivas soluções de transformação social.

Ou melhor dito:São as pessoas de cada comunidade que pesquisam, desenvolvem e aplicam soluções próprias para resolver seus problemas, em áreas como agro ecologia, reciclagem, bio-energia, captação de água de chuva para a produção de alimentos, aquecedores solares de baixo custo, incubação de empreendimentos solidários, utilização mais produtiva do espaço nas escolas, saúde familiar, etc.

É um conceito novo, dinâmico e que exprimem muitas das soluções criadas a partir de uma interação de saberes tradicionais e técnicos. É pensada, desenvolvida e reaplicada com uma intencionalidade de promoção multidimensional da comunidade.

(
Uma olhada em nosso blog anterior, de 21/04/09 “Sonho Meu”, vai ser importante para ampliar a visão do tema).

E, voltando à Cúpula, atende os princípios do desenvolvimento pretendido, desde que tem incorporado a dimensão do “humano”, no sentido de que deve estar voltado para as pessoas; tem a dimensão “social”, no sentido de estar voltado para a maioria das pessoas; e precisa ser “sustentável”, no sentido de que ele deve manter o compromisso com as gerações futuras.

E, pelas suas características, dispensa a necessidade de “viagens e passagens aéreas” por conta do dinheiro da sogra rica.

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