terça-feira, 21 de abril de 2009

SONHO MEU

Dizem que não existe mentira maior que uma meia verdade. Exemplo: é bem possível que a torrente de discussões acadêmicas sobre quem deve vir primeiro, se o ovo da estabilidade ou a galinha do crescimento, sirva apenas de cortina de fumaça para esconder a falta de um programa de desenvolvimento coerente, correto, sustentável em longo prazo e 100% afinado com os anseios maiores da cidadania.


Quem sabe - a exemplo da China com seu XI Programa Qüinqüenal, que exalta a necessidade de atender prioritariamente as necessidades das camadas mais humildes da população, com preferência total para os aspectos sociais da criação de riqueza - o que falta ao Brasil é um PROJETO que seja o reflexo inequívoco do clamor da imensa maioria do povo brasileiro e, muito especialmente, que transcenda do timing eleitoral e dos interesses deste ou daquele partido.


Ou seja: menos indicadores netamente de cunho econômico, que parecem reduzir tudo a simples estatísticas, como se os seres humanos fossem um híbrido de máquina/zumbi, sem emoções, expectativas e esperanças.


Que bom seria se podemos concordar que esse PROJETO NACIONAL seja um PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, que deve ser entendido como aquele que considera que o crescimento do Produto Interno Bruto, traduzido em tantos bilhões de dólares, somente significa progresso efetivo na medida em que completa os elos da corrente do virtuosismo econômico com políticas permanentes para colocar todos os indivíduos, sem distinções, em igualdade para competir.


E que, ao mesmo tempo em que estabelece como norma constante um profundo respeito pelo meio ambiente, mantêm políticas claras para o crescimento dos setores chaves da economia, sempre de olho para manter o egoísmo natural das forças orientadas pelos mercados no justo calibre dos interesses maiores do País, humanizando e transformando positivamente as relações entre o capital, a tecnologia, o governo e o trabalho.


Outrossim, que não deixe dúvidas sobre a intenção de estabelecer como permanente a iniciativa por parte da sociedade organizada, reduzindo e transformando, paralelamente, o papel do estado. E que faz do governo uma bem aceitada estrutura, regida por princípios de austeridade, eficiência, transparência e produtividade, exercendo seu papel com eficiência para manter a inflação, as contas públicas e os endividamentos interno e externo, sob absoluto controle.


Igualmente, que dá a mesma importância à transferência de conhecimentos como a introdução de formas inovadoras para completar permanentemente a educação de cada indivíduo como ser humano-social, preparando-o melhor para um ambiente onde as leis são claras, aplicáveis por uma justiça rápida, eficiente, isenta e respeitada.


Atrevo-me a pensar que, caso essas sejam as bases de um PROJETO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, o PRODUTO INTERNO BRUTO nem precisa crescer muito, desde que, sem dúvida, aumentará muito a FELICIDADE INTERNA do povo brasileiro.


Mas, sem dúvida, o que precisa crescer muito mais que o PIB da China é o PRODUTO ÉTICO NACIONAL.

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