sábado, 31 de março de 2012

GRITO DE ALERTA

 

A XXXII Conferência Regional da FAO - Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, que lidera os esforços internacionais para erradicação da fome e da insegurança alimentar ­­- foi realizada esta semana em Buenos Aires para definir as diretrizes da organização que orientarão suas ações nos próximos anos, colocando em discussão - uma vez mais - a dura realidade da pobreza extrema que castiga quase 18% dapopulação mundial.
Desses parias da sociedade, 1,2 bilhões de vitimas de nosso sistema de criação de riqueza, 815 milhões sofrem de desnutrição crônica, uma forma letal de criar legiões de subumanos, desde que consigam sobreviver.  E com o agravante de que quase 320 milhões são crianças de até 10 anos!z

Quem sabe não seja essa penosa realidade a pior das injustiças que pesa sobre o planeta globalizado do Século XXI!

"O drama da fome continua sendo uma realidade grave em um mundo de abundância e esbanjamento", afirmou o diretor geral da entidade, o brasileiro José Graziano da Silva, destacando que o objetivo de reduzir o número de pobres pela metade até 2015, traçado na Cúpula Mundial da Alimentação de 1996, “só seria possível por volta de 2040, de manter-se o ritmo atual de redução da pobreza mundial”.

Para dar uma idéia da urgência de medidas fortes e globais, o memorável papa João Paulo II, afiançado no peso inquestionável de sua autoridade moral, já afirmava 10 anos atrás: "A Terra está capacitada para proporcionar ao ser humano tudo o que ele necessita e as causas da fome devem procurar-se na passividade dos Governos, na má gestão dos recursos, na guerra e nas catástrofes naturais”.  E de forma lapidar, concluiu que “todos os homens e mulheres têm o direito inviolável de acesso a uma alimentação correta, e os poderes públicos devem assegurar que este direito seja respeitado".

Pouco mudou nos últimos 10 anos no que diz respeito aos miseráveis do planeta. Bem, apenas para colocar lenha na fogueira dessa incrível injustiça, basta acrescentar que com a utilização de apenas 10% (dez por cento!) do que o mundo gasta em armamento, seria possível reduzir para a metade essas tristes cifras. Em cinco anos!

Mas para que fazer isso, se a maior lorota de nossos tempos traduziu “segurança nacional” por “poderio militar”. E assim fica fácil de passar a um segundo plano valores inerentes à sobrevivência digna desses sofridos habitantes do planeta, como qualidade de vida, conhecimento, saúde, educação, cultura, ética, valores morais, justiça... Enfim, para alegria e fartura dos fabricantes de armamentos, foi embutida no saber convencional uma boa justificativa para trocar as prioridades que fazem a essência da vida em sociedades felizes e prósperas... por toda a parafernália armamentista que mantêm o mundo na corda bamba.

Para ficar apenas aqui em nosso chão, se a corrupçãoque disputa com a inflação a primazia de ser um dos maiores inimigos da democracia e do desenvolvimento – fosse eliminada de nosso quotidiano político, sobrariam algo como 20% dos orçamentos públicos – uns R$320 bilhões só em 2012, mais que suficientes para erradicar de vez esse câncer nacional que castiga 20 milhões de brasileiros, os quais, de inválidos sociais, virariam cidadãos – consumidores.

Seria, sem dúvida, em todos os sentidos, a melhor forma de construir um NOVO BRASIL!


 

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