sábado, 6 de outubro de 2012

UM DEUS INDIFERENTE


O mercado Muitos afirmam – provavelmente com razão – que o quinquênio 2007-2012 será lembrado também, além de palco da primeira catástrofe econômica do Século XXI, como o período do início do fim do capitalismo, pelo menos tal como o conhecemos hoje, dependente que é do poder anônimo, tirânico e absoluto do “deus mercado”, que dita as regras e a forma do “sistema”.
Até pode ser. Mas já não restam dúvidas: Está chegando a hora de questionar os antigos dogmas que ditam a forma de produzir e distribuir riquezas e que, de um modo ou outro, conseguiram entronizar o “mercado” como a verdade suprema do saber econômico nos últimos três séculos. Sem esquecer que aqueles que contrariam essa “verdade” pagam o preço de sua descrença na forma de menos renda, ou melhor, menos dinheiro para desfrutar das incontáveis atrações de nossa civilização que sabe muito bem ser pródiga com seus fiéis seguidores.
 É claro, a fatura devida a mãe natureza, ao sacrifício daqueles que arcam com o custo real dessa insanidade, assim como às legiões de desprotegidos são, há tempos, (convenientemente) camuflados embaixo do tapete da indiferença e o egoísmo característico do “sistema”, acumulando poeira que prepara o caminho de um provável “futuro melhor”, seja lá, no caso, o que isso significa.
Princípio de ouro: Que sejam as próximas gerações a pagar a festança de nossa era!
Aonde vamos? Na maioria dos países ricos – que desde sempre se apresentavam como exemplos a serem seguido pelos “outros” - pobres e emergentes – o crédito fácil, retroalimentado por alguns (inescrupulosos) alquimistas das finanças, aliado a inépcia da governança da coisa publica, foram as fagulhas indispensáveis para acender a fogueira do caos. Claro, tudo convenientemente sustentado na cultura do consumo, avivada pelo mercado que pregava aos quatro ventos: “Mais, mais, sempre mais”. É bom!  
Assim, com o ego devidamente massageado, a satisfação psicológica de possuir jogava ao escanteio o bom senso, deixando o imediatismo ganhar espaço no saber convencional, tingindo sempre de azul um futuro de eterna bonança e ganhando defensores incansáveis para manter a roda girando. Até quando?
Lembrete: Apenas para estender o padrão (sonho) de consumo dos países ricos a toda a humanidade, seriam necessários cinco planetas Terra!
Então, é urgente e necessário mudar a receita. Quem sabe para algo próximo à recomendação da ONU para uma economia sustentável que é “aquela que resulta na melhoria do bem-estar humano e da igualdade social ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica. Sustenta-se sobre três pilares: é pouco intensiva em carbono; é eficiente no uso dos recursos naturais; é socialmente inclusiva”. (Repito a lembrança. É importante!).
Nem que mais não seja para preservar este atribulado pedaço do infinito, conhecido como Terra, que viaja a 180 km/segundo entre as 5.000.000 de galáxias já avistadas. Dá para imaginar?
Efeito colateral Da crise atual, que para muitos economistas lembra alguns aspectos sombrios daquele pesadelo de 1930-34 e que, para piorar, está agravado pela alta do preço das commodities agrícolas, o cenário para os milhões de infelizes que deverão, direta e indiretamente, sofrer o impacto maior dessa calamidade, o panorama é desolador: Entre 90 a 160 milhões de pessoas serão acrescentadas as quase 1.000 milhões existentes e deverão cair abaixo do limite de pobreza absoluta; uma média de 5.000.000 de crianças continuarão a morrer de fome anualmente; entre 50 a 60 países deverão ver frustradas suas perspectivas de um crescimento econômico sustentável, nos próximos cinco anos pelo menos; as mazelas sociais – crime, violência, corrupção, consumo de drogas, prostituição, venda de armas, etc. - persistirão sua trajetória ascendente.
Para pensar: Segundo a ONU, essas manipulações ilícitas (criminosas) já correspondem a praticamente a 25% da movimentação bancária transoceânica Ásia –Europa – EUA!

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