quarta-feira, 24 de outubro de 2012

UMA MISTURA MUITO LUCRATIVA



A notícia da intervenção pelo BCB (Banco Central do Brasil) no Banco BVA, com sede no Rio de Janeiro, não deve surpreender além da conveniência de um polido “quem iria imaginar”. Agora, considerando o monto de passivos envolvidos (desviados?) nessa e em outras intervenções do BCB na terra descoberta por Cabral, tudo isso não é mais que uma minúscula parte das tramóias das finanças geridas pelo “sistema”.

O Brasil, na verdade, é apenas um pequeno aprendiz quando comparado às falcatruas dos 100 maiores bancos internacionais, esses sim os mestres em transformar fumaça (v.g. produtos financeiros) em dinheiro, sempre com o objetivo de lucrar (defraudar?) mais... às custas dos incautos e com ajuda das benesses de uma legislação prá lá de permissiva.

Obter ganâncias fabulosas no sistema financeiro globalizado é muito fácil, desde que a matéria prima para as safadezas é, infelizmente, tão abundante quanto à cobiça daqueles que jogarão a ética no mais obscura canto de suas consciências. Depois, é só misturar os ingredientes na dose e no tempo certo, como muito expertamente os gestores do dinheiro (de outros) vem fazendo desde há quase 500 anos.  

OS INGREDIENTES

Para isso, é só reunir à aparência de uma entidade (presentemente, banco) acima de qualquer suspeita à falta de escrúpulos e ao conhecimento apurado do funcionamento da “máquina. E, para dar a necessária sofisticação ao imbróglio, somar uma formação econômica e legal (própria ou de terceiros) à habilidade de disfarçar a verdade com sofismas dignos dos maiores malandros do planeta. Podem ter certeza, funciona!

Depois, é só recolher as ganâncias, deixando para os governos e a parte “sadia do sistema”, a ingrata tarefa de limpar a sujeira e cobrar a fatura dos “outros” - contribuintes, depositantes, BCs e seguradoras.
E engordar os mais de 18 trilhões (trilhões mesmo!) de dólares – algo como 25% do PIB mundial - depositados em mais de 60 paraísos fiscais, impecavelmente encabeçados, desde quando se tem notícia da existência dessa modalidade de esconder recursos mal havidos, pela “irrepreensível Suíça”.  

UMA LUTA SEM QUARTEL

A Transparência Internacional, sem dúvida a mais atuante e competente das organizações internacionais que denunciam, luta e promove as boas práticas no trato dos assuntos financeiros e econômicos, tem alertado constantemente os malefícios causados por essa distorção sinistra, lembrando que as fraudes bancárias, muitas das vezes, serve de aliada ou de disfarce para outras práticas desonestas, típicas do crime organizado, como tráfico de drogas, corrupção, venda ilegal de armas, tráfico de pessoas, chantagem, prostituição.....

Só para simplificar, a ONU (Organização das Nações Unidas) estima que aproximadamente 25% do movimento financeiro transoceânico têm origem em essas (e outras) atividades ilegais. E, por força da inércia, passam obrigatoriamente pela intervenção das 100 maiores instituições financeiras do mundo.
Não duvidem: O sistema financeiro internacional tem culpa no cartório que registra os grandes crimes cometidos contra o bem estar da maioria que é favoravelmente arrumada para aceitar seu papel de bufão em sociedades em constante mutação.

PÉROLAS

 Duas notícias recentes: O JP Morgan, o maior banco dos EUA, está sendo processado pelo estado de New York por enganar investidores no recente boom do mercado imobiliário, causando prejuízos estimados em US$22 bilhões. Na mesma trilha, o britânico Standard Chartered Bank também está sendo processado por manter negócios ilegais com Irá por US$ 250 milhões nos últimos 10 anos, auferindo comissões “por fora” de aproximadamente US$ 21 bilhões!

Esses, e centenas de seus “colegas”, são os verdadeiros mestres do roubo globalizado!




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