A notícia da intervenção pelo BCB (Banco Central do Brasil)
no Banco BVA, com sede no Rio de Janeiro, não deve surpreender além da
conveniência de um polido “quem iria imaginar”. Agora, considerando o monto de
passivos envolvidos (desviados?) nessa e em outras intervenções do BCB na terra
descoberta por Cabral, tudo isso não é mais que uma minúscula parte das tramóias
das finanças geridas pelo “sistema”.
O Brasil, na verdade, é apenas um pequeno aprendiz quando
comparado às falcatruas dos 100 maiores bancos internacionais, esses sim os mestres
em transformar fumaça (v.g. produtos financeiros) em dinheiro, sempre com o
objetivo de lucrar (defraudar?) mais... às custas dos incautos e com ajuda das benesses
de uma legislação prá lá de permissiva.
Obter ganâncias fabulosas no sistema financeiro globalizado é muito
fácil, desde que a matéria prima para as safadezas é, infelizmente, tão
abundante quanto à cobiça daqueles que jogarão a ética no mais obscura canto de
suas consciências. Depois, é só misturar os ingredientes na dose e no tempo
certo, como muito expertamente os gestores do dinheiro (de outros) vem fazendo
desde há quase 500 anos.
OS INGREDIENTES
Para isso, é só reunir à aparência
de uma entidade (presentemente, banco) acima de qualquer suspeita à falta de escrúpulos
e ao conhecimento apurado do funcionamento da “máquina. E, para dar a
necessária sofisticação ao imbróglio, somar uma formação econômica e legal
(própria ou de terceiros) à habilidade de disfarçar a verdade com sofismas
dignos dos maiores malandros do planeta. Podem ter certeza, funciona!
Depois, é só
recolher as ganâncias, deixando para os governos e a parte “sadia do sistema”,
a ingrata tarefa de limpar a sujeira e cobrar a fatura dos “outros” - contribuintes,
depositantes, BCs e seguradoras.
E engordar os mais de 18 trilhões (trilhões mesmo!) de
dólares – algo como 25% do PIB mundial - depositados em mais de 60 paraísos
fiscais, impecavelmente encabeçados, desde quando se tem notícia da existência dessa
modalidade de esconder recursos mal havidos, pela “irrepreensível Suíça”.
UMA LUTA SEM QUARTEL
A Transparência Internacional, sem dúvida a mais atuante e competente
das organizações internacionais que denunciam, luta e promove as boas práticas
no trato dos assuntos financeiros e econômicos, tem alertado constantemente os
malefícios causados por essa distorção sinistra, lembrando que as fraudes
bancárias, muitas das vezes, serve de aliada ou de disfarce para outras
práticas desonestas, típicas do crime organizado, como tráfico de drogas,
corrupção, venda ilegal de armas, tráfico de pessoas, chantagem,
prostituição.....
Só para simplificar, a ONU (Organização das Nações Unidas)
estima que aproximadamente 25% do movimento financeiro transoceânico têm origem
em essas (e outras) atividades ilegais. E, por força da inércia, passam
obrigatoriamente pela intervenção das 100 maiores instituições financeiras do
mundo.
Não duvidem: O sistema
financeiro internacional tem culpa no cartório que registra os grandes crimes cometidos
contra o bem estar da maioria que é favoravelmente arrumada para aceitar seu
papel de bufão em sociedades em constante mutação.
PÉROLAS
Duas notícias recentes: O JP Morgan, o maior
banco dos EUA, está sendo processado pelo estado de New York por enganar
investidores no recente boom do mercado imobiliário, causando prejuízos
estimados em US$22 bilhões. Na mesma trilha, o britânico Standard Chartered
Bank também está sendo processado por manter negócios ilegais com Irá por US$
250 milhões nos últimos 10 anos, auferindo comissões “por fora” de
aproximadamente US$ 21 bilhões!
Esses, e centenas de
seus “colegas”, são os verdadeiros mestres do roubo globalizado!
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