sábado, 22 de dezembro de 2012

BRASIL + CHINA V


Um tempo de mudanças
Um dos câmbios fundamentais no campo econômico/político que seguramente veremos consolidar-se nas próximas décadas será o deslocamento do poder decisório tradicional EUA-Europa, batizada eixo do Atlântico, para um novo núcleo do poder mundial que tem na China seu epicentro e se estende pela índia, Japão, Coréia do Sul e dezenas de outros países asiáticos que tem costas no Pacífico, o novo “mare nostrum” do desenvolvimento econômico globalizado e que, num golpe estratégico, inclui os países Latino Americanos, muitos dos quais também beirando o grande oceano, onde o Brasil, o maior de todos, abraça também a promessa de um novo “Eldorado”. Claro, sem esquecer, na antevisão oriental, o potencial desses mercados e suas fontes de matérias primas!
Fantasia? Não, está acontecendo agora, e as estatísticas dos últimos 20 anos refletem os acontecimentos que socavam o poder das potencias tradicionais, hoje mergulhadas na crise que assola o planeta e que acelera sua perda de poder.
Vale um registro: Logo no início da revolução que levou à China à modernidade vitoriosa de nossos dias, Park Chung-hee, então presidente da Coréia do Sul, em 1980, na apertura da Conferencia da ASEAN– Associação das Nações do Sudeste Asiático – antevia uma nova imagem do futuro, afirmando: “O Século XXI será o Século do Pacífico. Desde já as poderosas nações ocidentais podem preparar-se para uma revolução que sacudirá os alicerces da economia mundial e mudará, que sabe para sempre, o equilibro do poder mundial”.
Proféticas palavras! Catapultados pela “nova revolução” da China, iniciada em 1978, e no meio do turbilhão econômico que balizaram as décadas seguintes e que estavam mudando as regras do jogo do poder, passou quase despercebido que o vôo para as alturas do dragão não assinalava apenas uma mudança nos padrões de participação nos fluxos internacionais do comercio, mas, fundamentalmente, a conclusão de todo um processo de aperfeiçoamento de um mercado, no qual o grande país estava lutando – e conseguindo - ocupar o lugar principal.
Laços de seda muito fortes
A assinatura do Plano Decenal de Cooperação Brasil-China 2012-2021 merece incontáveis considerações, tal seu alcance político/econômico/estratégico. Entre suas dimensões podem destacar-se dois pontos: a) A consolidação de um processo de cooperação iniciado, pouco mais de 24 anos atrás anos atrás, com a histórica visita do então presidente Sarney à China, com tudo o que isso significava na época, especialmente do ponto de vista de política internacional e; b) o Brasil nunca assinou com outra nação um tratado tão amplo, abrangendo tantos setores estratégicos e com potencial de movimentação de um volume de recursos tão grande que, sem dúvida, contribuirão também para a gênese do país do futuro ansiado pelos brasileiros: Sustentável, próspero e justo.
Ainda mais: Propiciará um amplo intercambio de informações científicas e será decisivo na formação de profissionais, cientistas e técnicos de nível superior, essenciais para movimentar a nova forma de produzir riqueza que, naturalmente, deverá surgir dessa parceria que beneficiará ambas as nações e deverá inserir-se no desenho de um novo mundo.
O empresário/empreendedor
Agora, de parte do Brasil, existe um ponto absolutamente fundamental para o pleno sucesso do Plano Decenal: A participação ativa do empresariado brasileiro, notadamente daqueles que buscam nos desafios de novos mercados, de novos produtos e de novas situações a realização de seus anseios e o premio de seus esforços.
Na capacidade de inovação, na vontade de superação, na habilidade para vencer dificuldades, na disposição para criar situações favoráveis que facilitem o entendimento com possíveis parceiros do outro lado do mundo, enfim, em tudo o essencial que é rasgo determinante do empresário/empreendedor está a base de para iniciar e consolidar projetos, negócios e parcerias, fazendo realidade as promessas de prosperidade latentes no Plano.
É fácil? Não. Pode ser muito difícil e o caminho, geralmente, está pleno de obstáculos. Mas, me atrevo usar um ditado do Mestre Confúcio: “Aqueles que lutam por ultrapassar os obstáculos no caminho de seus sonhos, por maiores que sejam, receberão sempre recompensas acima de suas melhores expectativas”.


 

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