sábado, 8 de junho de 2013

UMA NOVA ALIANÇA NA AMÉRICA LATINA


O alvorecer do Século XXI sinalizou claramente que esse novo tempo coloca as terras do sol nascente no epicentro da economia global e que, sem dúvida, terão a marca vitoriosa de um novo poder asiático encabeçado por China, secundada por Índia, Coréia do Sul, Indonésia, Singapura, Malásia e outros tigres ansiosos por partilhar riqueza e poder.
Nesta parte do mundo, contemplamos tristemente um MERCOSUL que já perdeu a oportunidade de compor um novo bloco com os países do Leste das Américas e que tenta manter-se á tona suportando penosamente os efeitos negativos da crise global que, no caso, é fortemente agravada pelos egos presidenciais, a burocracia artificiosa e o desrespeito flagrante do princípio que nortearam s a formação do bloco. E para piorar as coisas, com seus sócios maiores voltando a cometer erros históricos com relação aos participantes menos poderosos.
Em tempo: O PIB do Brasil é quase 70 vezes maior que aquele do Paraguai e 45 vezes maior que aquele registrado por Uruguai.
Do outro lado dos Andes, debruçados sobre o Pacífico, quatro países – Chile, Peru, Colômbia e México - demonstram uma clara disposição para esquecer atritos do passado e acelerar seu processo de integração entre si e, muito especialmente, com o novo mercado representado pelos players asiáticos, que, por sua vez, não perdem tempo em construir pontes de amizade, cooperação e comércio, firmando seu desejo de ser também parte importante no desenvolvimento dessa parte do mundo.
Assim, começa a definir-se um novo cenário de embate econômico – ainda que negado com veemência por diplomatas e políticos de ambos os lados - entre o MERCOSUL, que agora se esforça por somar à recente adesão de Venezuela a participação plena de Bolívia e Equador e a denominada ALIANÇA DO PACÍFICO, que deve incluir, proximamente, o Panamá.
Um aparte: Na formação desses blocos fica descartada qualquer semelhança de um notório ranço ideológico do tipo esquerda X direita ou socialismo de mercado X liberalismo econômico.  Tudo é pura coincidência, acreditem (?). Na dúvida, perguntar aos EUA.
A ALIANÇA tem credenciais respeitáveis: 205 milhões de habitantes, 40% do PIB de América Latina - que corresponde a 80% daquele do MERCOSUL- e um comércio entre seus participantes 60% superior àquele mantido entre os sócios do bloco do Atlântico. E, o mais importante, participam de dezenas de acordos de integração e livre comércio entre si e com os EUA e a China. Nisso, estão anos luz na frente do MERCOSUL!
E ainda somam uma prerrogativa de valor cada vez mais decisivo para acelerar seu desenvolvimento nos novos tempos do comércio e das relações internacionais: Com costas e portos sobre o Pacífico, usufruem de uma vantagem logística indiscutível, traduzida em mais facilidades e menores custos no seu comércio com os países do oriente, a começar com a China.
Outro ponto dos mais interessantes para ajudar a entender o sucesso do novo bloco é a liberdade que tem seus membros para celebrar acordos de livre comércio com quem quer que seja, desde que respeitadas às regras de origem e os tratados antes celebrados. Isso abriu (abre) perspectivas e facilidades extraordinárias para que cada país, de acordo com suas características, necessidades e interesses, se integrem melhor no mundo globalizado e trabalhe mais eficientemente os mecanismos internacionais para acelerar e direcionar seu desenvolvimento.
Isso é totalmente o oposto dos ditames da regras do MERCOSUL, que proíbe a celebração de pactos de livre comércio com terceiros países por parte de seus membros isoladamente.
Bem, de tudo isso, o que fica são mais oportunidades de negócios entre os países por conta de um maior crescimento. E um chamado à reflexão: Será que depois de mais de 20 anos não devem, para o bem de todos, serem revistas e ajustadas aos novos tempos as normas que formataram o MERCOSUL no início da década dos 90?
Quem sabe já á tempo de pôr as barbas de molho e tirar proveito das lições proveitosas oferecidas por países melhor ajustados aos novos tempos e mais ágeis em detectar oportunidades pelo mundo afora.
msnozar@yahoo.com.br

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