quinta-feira, 12 de junho de 2014

PRECISAM-SE HERÓIS


 Exportar é a solução

Quase 50 anos atrás o slogan da campanha oficial para motivar as empresas a sacudir a poeira do letargo colonial das exportações tradicionais de café, cacau, açúcar, banana e madeira, tomava a forma de “Exportar é a solução”, colocando nas costas das vendas externas o encargo maior na ingente tarefa de acelerar nosso desenvolvimento. Em termos, seria algo assim como o PAC da época, só que, basicamente, sob responsabilidade de empresas privadas que conquistam mercados no exterior.

Historicamente, foi a primeira vez que a burocracia governamental demonstrava entender a importância crucial da inserção internacional do País - de suas empresas - como alavanca para a geração de riquezas e como incentivo para a melhoria da qualidade, da produtividade e do emprego, assim como elemento crucial para incentivar a aplicação de novas tecnologias e de novos sistemas de gestão. Ou, de outro modo, tinha a virtude de potencializar um elo fundamental no circulo virtuoso do desenvolvimento.

Hoje, num mundo onde o comércio internacional é uma das medidas mais importantes para julgar a capacidade de competir nos cenários globalizados, as exportações brasileiras têm também o rol estratégico de contribuir diretamente para manter e acelerar o processo de desenvolvimento que, convenhamos, nos últimos tempos tem andado de lado, mal arranhando uns minguados 2% anuais, claramente insuficientes para as necessidades de um crescimento economicamente sustentável e muito abaixo do imperativo de um País que, entre outras coisas, pretende atender a mudança para uma distribuição de renda menos injusta que, comparativamente, nos coloca entre os mais desiguais do mundo.

Por outra parte nossas exportações, representando pouco mais de 1% do total mundial e fortemente concentradas em poucas centenas de grandes empresas, muitas delas multinacionais, indicam a conveniência estratégica de multiplicar o número de vendedores nos mercados globalizados, motivando a mais empresas - especialmente as pequenas e médias (P&M), notadamente industriais - a competir internacionalmente, tanto pelo significado específico do negócio além fronteiras, como pela percepção de que o sucesso no mercado interno recebe a influência direta das atividades externas, desde que ambos os espaços mantêm, cada vez mais, íntimas relações de interdependência.

Ou, em síntese: Crescer mais e melhor no mercado interno a partir dos benefícios das ações nos mercados externos. Exatamente tal como fazem muitos milhares de empresas num mundo cujo comércio internacional atinge uma terceira parte do PIB planetário.

Precisamos heróis

Para vencer as batalhas além fronteiras é preciso programar políticas coerentes com a realidade, cientes que dezenas de milhares de competidores também procuram um lugar ao sol. Portanto, isso obriga a manter princípios de excelência & competitividade, com uma visão promissora do futuro e sempre mantendo a firme disposição de realizar ações sob o escudo de mecanismos de eficiência, inovação e criatividade.

Precisamos insistir na imperativa necessidade de colocar o aumento das exportações na cabeça das prioridades de todos os agentes, públicos e privados, na busca obsessiva de uma melhoria continua, em todos os aspectos – mais exportadores, mais produtos, mais mercados, mais rentabilidade - de nossas vendas além fronteiras. Não adiantam os lamentos - que as mais das vezes, apenas engrossam o coro de justificações que encobrem incompetências crônicas - desde que as exigências dos tempos modernos demandam claramente ações eficazes, pautadas na evidente capacidade de competir em mercados cada vez mais ariscos, difíceis e exigentes mais, por outra parte, visivelmente crescentes, promissores e lucrativos.

Precisamos de heróis obsessivos dispostos a participar - e ser vitoriosos – nessa guerra comercial permanente, que é a realidade dos negócios nesse nosso mundo globalizado. Heróis - empresário-empreendedores – com um apóio governamental inteligente e desburocratizado (?).

Mas, fundamentalmente, em todos os níveis, com o apóio, motivação e participação imprescindível das entidades privadas que associam as empresas em todo o Brasil.






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