segunda-feira, 14 de julho de 2014

FELICIDADE=DESENVOLVIMENTO



Criando riqueza
O saber econômico convencional, do alto de seu comodismo tradicional e dos interesses camuflados que acoberta, teima em comparar a grandeza das nações apenas pelo tamanho de seu Produto Interno Bruto (PIB), medida (aproximada) de toda a riqueza produzida num país ou região num determinado período de tempo. Esclarecendo, riqueza material, concreta, que pode ser estabelecida em unidades monetárias e que pode ser refletida num valor que depois é transformado pela cotação referencial de uma moeda de aceitação geral. No geral, o dólar americano.

De modo simplificado, os seres humanos – que são quem integram os países, não esquecer – são apenas insignificantes elos de uma corrente sem fim que produzem, consomem e se utilizam dos meios disponíveis para sua sobrevivência. Claro, na sua função de produzir, também podem ser substituídos por robots!
Na alucinação de uma vida cada vez melhor todas as nações buscam aumentar em taxas cada vez mais elevadas a produção de riqueza, - até quanto, existem limites?  - resumidas em mais desenvolvimento

Ate aí, tudo (parece) bem, sendo – mais ou menos – visíveis as vantagens implícitas desses resultados positivos que, aliás, é fartamente elogiadas e divulgadas por todos os porta vozes do saber convencional, vulgo “sistema econômico & financeiro” que rege as coisas materiais desse nosso mundo globalizado.

Mas, muitos perguntam: É suficiente?  Isso resume e acolhe as aspirações humanas? Até que nível de riqueza mundial o planeta pode suportar o saque crescente de seus recursos naturais?

Quem sabe a luz emane das acertadas reflexões de John K. Galbraith, um dos maiores pensadores do Século XX: “O desenvolvimento é mais que o crescimento ou a queda da renda nacional. É muito mais a criação de um ambiente no qual as pessoas possam desenvolver todo seu potencial e conduzir suas vidas segundo suas necessidades e interesses. Desenvolvimento significa expansão das possibilidades de escolha daquilo que as pessoas valorizam e isso é muito mais que o crescimento da economia, por mais importante que isso seja”.

A Felicidade Interna Bruta(FIB)

Enquanto bilhões de pessoas se debatem aflitas nesse início de Século XXI sem conseguir enxergar o final desses tempos de infortúnio, marcados pelo andar vacilante da economia globalizada somado ao deterioro das relações internacionais o Butão, um pequeno reino budista no alto das montanhas do Himalaia, entre a índia e a China, com 700 mil habitantes, afirma estar trabalhando numa resposta.

"Ganância, a insaciável ganância humana", ressalta o primeiro-ministro do Butão, Jigme Thinley, descrevendo o que considera a causa da catástrofe econômica do mundo. E continua: "O que precisamos é de mudança, precisamos de um desenvolvimento que tenha como base a felicidade interna bruta."

Conceito absolutamente revolucionário e inovador que joga para o escanteio séculos de tradição econômica material, inserida solidamente nas diferentes doutrinas que tentam mensurar o crescimento da riqueza de um país.

E Jigme Thinley acrescenta se referindo à crise econômica mundial: "Você está vendo no que dá a completa dedicação ao desenvolvimento econômico tradicional. As sociedades industrializadas decidiram agora que o PIB é uma promessa quebrada."
Kinley Dorji, secretário da Informação e Comunicação do Butão, revela: “Agora, os butaneses estão refinando a filosofia norteadora no que eles consideram uma nova ciência política, que amadureceu em uma política governamental num momento em que o mundo pode precisar dela, que sintetizamos na Felicidade Interna Bruta (FIB)”.

Sob uma nova Constituição, programas do governo - da agricultura ao transporte e ao comércio exterior - devem ser julgados não só pelos benefícios econômicos que podem oferecer, mas também pela felicidade que produzem.

O objetivo não é a felicidade em si, o primeiro-ministro explicou um conceito que cada pessoa deve definir por si mesma. Ao invés disso, o governo objetiva criar as condições para o que ele chamou de “uma versão atualizada da Declaração de Independência americana, na forma de um sistema de conceitos e padrões que possam ser quantificados e medidos pelos grandes atores da economia mundial”. Por isso os butaneses produziram um elaborado modelo de bem-estar que conta com quatro pilares, nove domínios e 72 indicadores de felicidade.

Especificamente, o governo determinou que os quatro pilares de uma sociedade feliz envolvem economia, cultura, meio ambiente e boa governança. Eles se dividem um nove domínios: bem-estar psicológico, ecologia, saúde, educação, cultura, padrões de vida, uso do tempo, vitalidade comunitária e boa governança, cada um com seu próprio peso no índice da FIB.

Enfim, de muitos modos tudo isso é digno das mais profundas reflexões e intensos debates para verificar sua ligação com nossas aspirações, o que faz dessa nova visão do desenvolvimento um matéria relevante na busca de novos caminhos para alcançar o paradigma de um mundo melhor. Para todos.



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