1930
Desde tempos remotos, a Historia
registra inumeráveis conflitos comerciais que degeneraram em guerras e que, de
uma forma ou outra, contribuíram para formatar os espaços políticos desse nosso
mundo globalizado.
Entre
os que deixaram marcas quase impossíveis de esquecer e que perduram até nossos
dias figura a guerra comercial da década de 1930, fruto da crise que se arrastou
pelo planeta sem perdoar ninguém e que castigava impiedosamente tanto as nações
pobres como as mais poderosas.
Foi
um tempo quando o protecionismo comemorou (?) momentos de triunfo absoluto na
medida em que os países – de todo o mundo - rivalizavam por erguer as mais
potentes barreiras contra a entrada de produtos “dos outros”, no cego e
infrutífero propósito de preservar empregos e criar riqueza. Foram, por dizer o
menos, tempos sombrios que aceleram os extremismos, os descontentamentos e as
rivalidades entre as nações.
Tudo terminou com a II Guerra Mundial
que, apesar de seus terríveis malefícios, teve o efeito de criar novas
necessidades e com isso, empregos e demanda. Na verdade, foi um modo irônico e
diabólico de criar benefícios a partir do sofrimento e a morte de dezenas de
milhões de infelizes.
Lições aprendidas
Logo após a II Guerra Mundial, duas
iniciativas deram um formidável empurrão para tentar evitar as tensões
comerciais de tão penosa memória: Em Europa se iniciou a cooperação internacional
nos setores de aço e carvão e, em escala mundial, foi estabelecido o Acordo
Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT – General Agreement on Tariffs and Trade).
Pode afirmar-se que, desde sua formação, a OMC tem sido um dos mais poderosos instrumentos internacionais para manter a paz global, a partir de seu papel conciliador orientado para dirimir pacificamente conflitos de interesses e controvérsias com base em princípios aceitos consensualmente por todos seus membros, comprometidos a defender e respeitar normas que buscam manter um equilibro justo entre todos os países.
Para abreviar, pode dizer-se que vendedores geralmente evitam brigas com compradores ou, de outro modo, se o comércio internacional se desenvolve sem tropeços e existem relações saudáveis entre as partes, diminui a possibilidade de um conflito político e a prosperidade não é ameaçada por interesses que, legítimos ou não, contem o germe de desavenças de final imprevisível.
A confiança é chave para encontrar os caminhos do entendimento e as boas relações entre as nações tem demonstrado ser, na linha do tempo, uma das melhores alavancas para um desenvolvimento continuo e sustentável.
E, sem dúvida, a OMC tem demonstrado a importância de seu papel essencial como provedora de seu fruto mais importante: A PAZ.
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