Uma taxa de cambio irreal sempre tem sido um dos principais
reclamos dos setores exportadores e, sem dúvida, pode considerar-se como um dos
maiores empecilhos que travam a participação de mais empresas e mais produtos
na batalha para conquistar uma melhor posição do Brasil no comércio
internacional.
Agora, especialmente a partir do último trimestre de 2014,
temos – para alegria de muitos e tristeza de outros - uma relação real x dólar firme
e fortemente favorável ao setor exportador, que já não pode usar a desculpa de
um real forte para não realizar negócios pelo mundo afora.
È claro que a desvalorização de nossa moeda não é o único
fator que alimenta as dificuldades para alavancar maiores exportações, mas, sem
dúvida, um dólar mais valorizado representa um auxílio inestimável para fazer
os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional que, é bom
lembrar, começa a dar claros sinais de recuperação voltando a um ciclo positivo
de aumento da demanda e do consumo de produtos importados.
Temos que considerar com especial atenção nossas pequenas e
médias empresas (P&M) – que somam 15.000 (75%) do total de exportadores –
as quais com uma taxa de cambio mais realística podem receber um grande impulso
para mais, melhores e mais diversificados negócios além fronteiras.
Não menos importante para aumentar as vendas para o
exterior, é o crescimento do número de empresas exportadoras – em 2014 foram
menos de 500 as “novas”- que agora, num momento propício, tanto do ponto de
vista interno como externo, podem arregaçar as mangas e partir para a conquista
de novos mercados para seus produtos e serviços. Para grande parte daqueles que
não lidam ainda com o exterior, falta apenas uma atitude empreendedora internacional, imprescindível para trabalhar
e vencer as dificuldades naturais de entrar em novos mercados.
Hoje, num mundo onde o comércio exterior é uma
das medidas mais importantes para julgar a capacidade de competir nos cenários
globalizados, as exportações brasileiras têm também o rol estratégico de
contribuir diretamente para manter e acelerar o processo de desenvolvimento
que, convenhamos, nos últimos tempos tem andado de lado registrando índices
claramente insuficientes para as necessidades de um crescimento economicamente sustentável.
.
Por outra parte nossas exportações, representando
pouco mais de 1% do total mundial, estão fortemente concentradas em poucas
centenas de grandes empresas, muitas delas multinacionais, o que, entre outros
fatos indica a conveniência estratégica de multiplicar o número de vendedores
nos mercados mundiais, motivando a mais empresas - especialmente as pequenas
e médias (P&M), notadamente industriais - a competir internacionalmente, tanto pelo
significado específico do negócio além fronteiras, como pela percepção de que o
sucesso no mercado interno recebe a influência direta das atividades
externas, desde que ambos os espaços mantêm, cada vez mais, íntimas
relações de interdependência.
Ou, em
síntese: È uma boa oportunidade para crescer mais e melhor no mercado interno a
partir dos benefícios das ações nos mercados externos.
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