Vivemos num mundo de complexidade crescente e
distorções avassaladoras, onde forças potentes batalham pela hegemonia de
países e de seus múltiplos agrupamentos sociais, tendo como máxima distinção
seu apego, sem medida, ao poder, alimentado
por seu desprezo aos interesses da maioria.
Muitos acreditam que estão presos a
um sistema político, econômico e social que não entendem, não desejam e não acolhe
suas expectativas. Consequentemente, precisa mudar. A grande dúvida é como mudar e para onde.
Num entorno de liberdade democrática temos que aceitar que no
embate das forças contraditórias latentes em todo agrupamento social, por vezes
marcam presença destacada aqueles que querem ver o circo pegar fogo, adeptos
fieis da ideia do “quanto pior, melhor”. (Para quem?).
Não escapa para aqueles mais ajuizados que
muitos, descrentes da possibilidade de tempos melhores, são induzidos à
paralisação pela incapacidade, o comodismo e a preguiça de pensar por conta própria;
outros, porque servem interesses. inconfessáveis; alguns, porque são geneticamente
pessimistas convictos e, nesse agrupamento heterogêneo, não faltam aqueles mais
afoitos, felizes de fazer parte de algo aparentemente grandioso, diferente e
badalado pela mídia nossa de todos os dias, sempre ávida de novidades.
Em verdade, estamos vivendo, sofrendo
e participando de um tempo onde é imperativo tentar seguir aquele inspirado
refrão “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”. E, se isso serve para aguçar
os ânimos e as esperanças de muitos, não está demais acrescentar doses generosas
de grandeza e patriotismo, especialmente
no caso de lideranças políticas, econômicas e de formadores de opinião. Infelizmente, num ambiente perturbado, alguns
esquecem suas responsabilidades e atiçam lenha na fogueira, evidentemente com
finalidades pra lá de condenáveis.
É muito
importante, para o bem de todos, não cair no fácil pessimismo e no desanimo
daqueles que acham que as negras nuvens que obscurecem o horizonte são o
prelúdio de desastres maiores e não apenas signos dos eternos ciclos
econômicos, de altos e baixos, que fustigam periodicamente os países. E suas
empresas.
Nunca
está demais recordar que vivemos num mundo onde todos,
de uma forma ou outra, dependem de todos. E que, mais tarde ou mais cedo, com
maior ou menor intensidade, recebemos os efeitos, positivos ou negativos,
daquilo que acontece pelo mundo afora.
Mas,
como sempre, depois
da tempestade vem a calma. E depois das crises, sempre chegam tempos melhores,
tal como a História teima em ensinar àqueles que se aferram a um presente
complicado para espelhar os tempos que virão.
Vale registrar as palavras de Luiz Carlos Trabuco, presidente do Brasde4sco: "A crise política é mais forte que a
econômica. Isso abala a confiança no país e retarda a retomada do
crescimento.”.
O
ex-presidente de Portugal,
Mario Soarez, em recente conferencia no Clube de Madrid – think-tank espanhol
que trabalha para um desenvolvimento de países emergentes sob inovadores
conceitos de justiça social - assinala que “o
neoliberalismo é responsável por estas sociedades sem valores onde florescem o
egoísmo, o culto à violência e o princípio do salve-se quem puder: o
dinheiro é o que mais conta”. E pergunta: “Será possível impor regras capazes de impedir essa epidemia de falta
de ética que assola o mundo”.
Ressalta John K. Galbraith no seu clássico a
Era da Incerteza que ”os governos não
podem repetir os erros do passado e adotar medidas recessivas que possam
contribuir para o aprofundamento da crise que pretendem combater. É importante
injetar confiança nos mercados e buscar soluções que possam afastar a
possibilidade de uma recessão”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário