È importante destacar, uma vez mais, a definição do PNUMA -
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – que sublinha a imperativa necessidade
de uma nova economia
que deve dar prioridade à melhoria do bem-estar humano e da igualdade social, ao
mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez
ecológica. Sustenta-se sobre três pilares: Ê pouco intensiva em carbono é
eficiente no uso dos recursos naturais e é socialmente inclusiva”.
Ou melhor: Considerando nosso passado e
presente, temos que alterar drasticamente nosso modo de vida e repensar os
paradigmas que nortearão nossa civilização nos caminhos do futuro.
É natural que a passagem de um modelo
predador – destruidor na sua essência, fincado desde o início no “modus
vivendi” do homem na sua caminhada por nosso mundo azul, que foi exponencialmente
acelerado nos últimos 200 anos - para um novo
sistema, estruturado com diferenças tão significativas, não pode fazer-se
do dia para a noite e, muito menos, sem resistências ferozes daqueles ainda
aferrados tenazmente ao aparelho predominante de produzir riqueza.
E isso, na verdade, desde que incorporado ao saber convencional
acontece quase que naturalmente, seja por incapacidade de migrar para um novo
modelo, seja por ferir interesses ameaçados, seja por ignorância, seja por puro
egoísmo, enfim, não faltam motivos, por mais desprezíveis que sejam para conservar
inalterável o “sistema”.
E nesse modo de fazer as coisas que, sem dúvida, é contrário à sobrevivência
do planeta, marcam presença muitas das maiores corporações desse nosso mundo
globalizado, que fazem unicamente do lucro a razão de sua existência e que,
vale lembrar, para maximizar seus logros recompensam regiamente seus altos
executivos observando, sobretudo, os resultados obtidos, não obstante os
métodos usados e os eventuais danos colaterais originados – ambientais,
sociais, econômicos, humanos, culturais - na esteira de suas ações.
Essa forma de organizar a sociedade cindiu a humanidade de cima a baixo:
Por um lado, criando um fosso enorme entre os poucos ricos e os muitos pobres –
símbolo máximo da injustiça social - e,
por outra parte, criando também uma iníqua injustiça ecológica.
Assim, no afã de acumular, foram explorados de forma predatória bens e
recursos, sem qualquer limitação e respeito. O que se busca é o
enriquecimento cada vez maior para consumir mais intensamente, esquecendo nessa
volúpia que os recursos da Terra são finitos e que a Natureza passa, mais cedo
ou mais tarde, sua fatura.
Em encontro internacional celebrado
recentemente em Paris, com a presença de lideres políticos, religiosos e
ativistas, o presidente da Francia, François Hollande, chamou à mobilização de todos
para alcançar um acordo global com a finalidade de segurar a deterioração do
clima afirmando que “a causa principal da
degradação ambiental e do clima é um estilo de vida, um modo de produção e um
modo de consumo que não é compatível com o desenvolvimento humano. Nossa
relação com o Planeta deve ser repensada completamente, desde que se trata de uma
questão de ética fundamental”.
As advertências dos líderes das maiores potencias mundiais são coerentes
com a encíclica Laudato si, onde o
Papa Francisco, desde o alto de sua
indiscutível autoridade, afirma que “nos últimos dois séculos esta
ofensiva humana contra a mãe Terra se utiliza da debilidade dos poderes deste
mundo que, iludidos, pensam que tudo pode continuar como está como álibi para
manter seus hábitos autodestrutivos com um comportamento que parece suicida”.
Precisa dizer mais?
Nenhum comentário:
Postar um comentário