quarta-feira, 12 de agosto de 2015

UMA REVOLUÇÃO NECESSÁRIA


È importante destacar, uma vez mais, a definição do PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – que sublinha a imperativa necessidade de uma nova economia  que deve dar prioridade à melhoria do bem-estar humano e da igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica. Sustenta-se sobre três pilares: Ê pouco intensiva em carbono é eficiente no uso dos recursos naturais e é socialmente inclusiva”.

Ou melhor: Considerando nosso passado e presente, temos que alterar drasticamente nosso modo de vida e repensar os paradigmas que nortearão nossa civilização nos caminhos do futuro.

É natural que a passagem de um modelo predador – destruidor na sua essência, fincado desde o início no “modus vivendi” do homem na sua caminhada por nosso mundo azul, que foi exponencialmente acelerado nos últimos 200 anos - para um novo sistema, estruturado com diferenças tão significativas, não pode fazer-se do dia para a noite e, muito menos, sem resistências ferozes daqueles ainda aferrados tenazmente ao aparelho predominante de produzir riqueza.

E isso, na verdade, desde que incorporado ao saber convencional acontece quase que naturalmente, seja por incapacidade de migrar para um novo modelo, seja por ferir interesses ameaçados, seja por ignorância, seja por puro egoísmo, enfim, não faltam motivos, por mais desprezíveis que sejam para conservar inalterável o “sistema”.

E nesse modo de fazer as coisas que, sem dúvida, é contrário à sobrevivência do planeta, marcam presença muitas das maiores corporações desse nosso mundo globalizado, que fazem unicamente do lucro a razão de sua existência e que, vale lembrar, para maximizar seus logros recompensam regiamente seus altos executivos observando, sobretudo, os resultados obtidos, não obstante os métodos usados e os eventuais danos colaterais originados – ambientais, sociais, econômicos, humanos, culturais - na esteira de suas ações.  

Essa forma de organizar a sociedade cindiu a humanidade de cima a baixo: Por um lado, criando um fosso enorme entre os poucos ricos e os muitos pobres – símbolo máximo da injustiça social - e, por outra parte, criando também uma iníqua injustiça ecológica. Assim, no afã de acumular, foram explorados de forma predatória bens e recursos, sem  qualquer limitação e respeito. O que se busca é o enriquecimento cada vez maior para consumir mais intensamente, esquecendo nessa volúpia que os recursos da Terra são finitos e que a Natureza passa, mais cedo ou mais tarde, sua fatura.

Em encontro internacional celebrado recentemente em Paris, com a presença de lideres políticos, religiosos e ativistas, o presidente da Francia, François Hollande, chamou à mobilização de todos para alcançar um acordo global com a finalidade de segurar a deterioração do clima afirmando que “a causa principal da degradação ambiental e do clima é um estilo de vida, um modo de produção e um modo de consumo que não é compatível com o desenvolvimento humano. Nossa relação com o Planeta deve ser repensada completamente, desde que se trata de uma questão de ética fundamental”.

As advertências dos líderes das maiores potencias mundiais são coerentes com a encíclica Laudato si, onde o Papa Francisco, desde o alto de sua indiscutível autoridade, afirma que “nos últimos dois séculos esta ofensiva humana contra a mãe Terra se utiliza da debilidade dos poderes deste mundo que, iludidos, pensam que tudo pode continuar como está como álibi para manter seus hábitos autodestrutivos com um comportamento que parece suicida”.

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