O futuro é, por definição, imprevisível. Embora as empresas e os
governos devam preparar cenários que os orientem em suas ações, devemos estar
sempre preparados para lidar com eventos extraordinários que alterem, em graus
variados, o curso esperado dos acontecimentos. Em outras palavras, temos que
admitir que um futuro de céu de brigadeiro não está garantido para nenhum país.
Isto posto, é preciso avaliar com a maior atenção o avanço
espetacular do processo de internacionalização da economia, que trouxe para
cada vez mais perto da realidade o sonho de Adam Smith que já em 1776 alentava
a visão de “um mundo unido pelo comércio,
irmanado na busca da prosperidade e onde cada nação participava de acordo com
suas capacidades”.
De certo modo, o insigne mestre antecipava que o
capitalismo, através de sua filha predileta, a globalização, seria o sistema
econômico mais promissor para a prosperidade mundial, acelerando a convergência
entre as nações para compartilhar, de modo justo, os benefícios do progresso.
Claro, isso na expectativa ideal de um mundo livre de
cobiça, egoísmo, interesses inconfessáveis, corrupção, grandes corporações,
ânsia descontrolada pelo poder e pela riqueza e outras “pérolas” de nossa
civilização consumista. O que, convenhamos não é, infelizmente, a realidade
deste mundo louco.
Mas,
nem por essas “falhas”, é possível desconhecer, numa breve análise, uma
formidável evolução do processo de globalização nos últimos 25 anos, fortemente
alicerçado nas impressionantes mudanças tecnológicas incorporadas nas redes
mundiais de comunicação e de transporte.
Nesta parte do mundo, especialmente neste nosso Século XXI,
as mudanças econômicas verificadas no Brasil são também explicadas desde uma
perspectiva global, visivelmente centradas na abertura da economia com reflexo
direto no crescimento do comércio exterior, na liberalização do mercado
financeiro e no significativo aumento dos investimentos provenientes do
exterior. O que, é preciso observar, reforça a presença, influência e dependência
cada vez mais marcante do capital estrangeiro e dos efeitos dos acontecimentos
externos nas oscilações dos mercados, esses sim servos incondicionais dos eventos
pelo mundo afora.
Mas, gostemos ou não, o processo parece irreversível e,
possivelmente, definitivo. Até porque surgiu naturalmente, sem pais conhecidos,
sem donos, sem profetas. E quem sabe por que, na sua forma primitiva, teve
origem nos alvores da humanidade para dar vazão à curiosidade e o espírito
aventureiro de nossos ancestrais, para a maioria dos quais as trocas – o
comércio – era uma questão de sobrevivência e de progresso.
E também, porque parece ser uma boa resposta para o uso
intensivo do conhecimento, da inovação e da tecnologia, cuja expansão no último
quarto de século ultrapassa os limites da mais otimista das previsões e hoje
são parte fundamental na construção de um “Novo Mundo” que, essencialmente,
encerra a promessa de um futuro melhor para todos os povos do planeta.
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