quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

OS GEMIDOS DA TERRA



Ainda que para muitos possa parecer exagerado – nesse grupo tem destaque muito especial aqueles aferrados ao sistema vigente de produção de riqueza, independente dos danos causados a Natureza – as evidencias científicas e as projeções realizadas pelos melhores especialistas do mundo, não deixam dúvidas de que a mudança climática é o suficiente real e perigosa como para sacudir, de modo catastrófico, as bases de nossa civilização.

Conclusão: Se não agimos com decisão, rapidez, coragem e coordenação, seguramente teremos custos políticos, econômicos, sociais, ecológicos e culturais de proporções desconhecidas.
Por isso é de fundamental importância que os mais de 180 países participantes da Conferencia Mundial do Clima realizada em Paris neste início de Dezembro cheguem a um acordo que vinculem todas as nações deste sofrido, agredido e abusado Planeta num objetivo maior de tomar medidas efetivas para deter o processo de aquecimento e manter a meta de uma elevação máxima de 2º C. até o final do Século sobre os níveis da época pré-industrial.

Numa atitude exemplar, os dois maiores poluidores do mundo – China e EUA, responsáveis pela emissão de 60% dos gases de efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global – já assumiram solenes compromissos para patrocinar ações inovadoras e vigorosas para redução desses sutis assassinos da vida.

No seu recente relatório anual, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) revela que os gases com efeito de estufa retidos na atmosfera – dióxido de carbono, metano e óxido nitroso - atingiram um novo recorde em 2013, continuando a corrida que alimenta uma sequência de efeitos catastróficos sobre nossa civilização.

Efeitos que mostram seus danos nas secas cada vez mais devastadoras, no aumento de acidez das águas dos oceanos, no derretimento das calotas polares e dos gelos das alturas, no aumento de inundações pelos excessos de chuvas em determinados locais, no aumento de doenças do aparelho respiratório e na extinção ou escassez de espécies animais, só para citar os mais visíveis. Mas todos eles de efeitos colaterais que sustentam uma corrente de males calamitosos para a continuidade da vida no Planeta.

De tudo, resulta cada vez mais urgente aplicar os princípios do Programada das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), sintetizado na Economia Verde como a fórmula ideal para mover as engrenagens da riqueza global e que pode ser assim definida: ”È aquela que resulta em melhoria do bem-estar humano e da igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica. Ela tem três características preponderantes: é pouco intensiva em carbono, eficiente no uso de recursos naturais e socialmente inclusiva”.

Bem, nos últimos 300 anos de nossa Era Industrial, muito pouco disso foi lembrado e aplicado no vórtice de um sistema que exige continuamente mais e mais: Mais produção, mais consumo, mais riqueza para atender os anseios dos mercados sempre em procura do máximo. Sem limites!

Só que a Terra começa a mostrar seus limites!


Nenhum comentário:

Postar um comentário