terça-feira, 12 de janeiro de 2016

VOLTA ÀS ORIGENS


Em seminário prévio à Reunião de Cúpula do MERCOSUL, realizada no final de dezembro, o ex-presidente do Uruguai, José Mújica, fez referencia à lentidão do processo de integração e a falta e consenso entre os sócios, especialmente Argentina e Brasil, destacando de modo incisivo: “A tragédia é que sacrificamos o porvir de nossos povos no altar de egos e interesses menores. Os dirigentes e os políticos da região serão julgados pela Historia pelos danos que trouxeram à causa comum de um maior e mais justo progresso das nações do bloco”.

O dito deve ser considerado um chamado à reflexão para as lideranças que tem a missão iniludível de conduzir seus respectivos países pelo caminho da integração como um mecanismo de forte impacto positivo na aceleração do crescimento regional. E aqui temos que destacar negativamente o governo a Argentina, cujas atitudes nos últimos cinco anos deixaram de lado os princípios e acordos que deram origem e sustentação à união desses países no altar dos interesses de lobbies poderosos, de políticos desnorteados e de tecnocratas ufanistas sem maior comprometimento com a real importância com o processo de integração regional.

Aparentemente, esse período ruim já passou.

Para o resto do mundo, resulta essencial que o MERCOSUL possa seguir mostrando que se esforça por manter uma área de desenvolvimento exemplar, de comércio intenso e aberto, de estabilidade, de paz e que não fraqueja na busca do equilibro social e a qualidade de vida, legitimas aspirações de seus povos.

Os danos de uma possível volta atrás no processo de integração e de futura participação em outros pactos regionais são substancialmente maiores que as diferenças existentes, todas passíveis de negociação. Basta lembrar a importância de manter-se a unidade, força e credibilidade nas negociações vitais ora em face final com a União Europeia. E com outros grupos interessados da região do Pacífico e de outras partes do mundo.

Isso, mais que evidente, não deixa espaço para usar dificuldades internas que podem emperrar negociações que serão vitais para dar o formato à convivência internacional desta parte do mundo nas próximas décadas.

Os presidentes dos países membros fizeram questão em enfatizar, de todas as formas possíveis, que o “tempo cinza das desavenças” é coisa do passado e que todos, cientes da importância do MERCOSUL, participarão do esforço comum na criação de um novo tempo de integração, harmonia e desenvolvimento.
O tempo dirá!

Um comentário:

  1. Bom dia sr. Miguel! Feliz Abençoado e Próspero 2016 para o senhor! Compartilhei seu texto no meu facebook. Abraço e tenha uma ótima semana

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