terça-feira, 13 de janeiro de 2009

DESAFIOS

No final de 2008, o Secretário Geral das Nações Unidas, o coreano Ban Ki-Moon, dirigiu um apelo especial aos 192 membros da organização, onde enfatiza a necessidade de enfrentar com coragem e determinação dois grandes desafios que põem em risco total o bem estar dos povos em 2009.

O primeiro desses desafios é a mudança climática, minimizada pelas grandes nações poluidoras no altar dos interesses econômicos e da ânsia desenfreada de ganância, típica do capitalismo liberal de mercado. Em geral, os países industrializados, liderados por EE.UU, resistem à aplicação do Protocolo de Kyoto, aduzindo, basicamente, que uma mudança no seu modo de usar a energia vai ser um freio inaceitávell para seu desenvolvimento.

E que, convenhamos, atropelar os fantásticos interesses criados na base do modelo econômico vigente vai exigir muito tempo, paciencia, negociação e novas lideranças com visão de um novo futuro ecologicamente sustentável.

Essa resistência para implantar medidas de proteção ambiental em benefício da manutenção de um modelo econômico esgotado recebe, cada vez com mais freqüência, a resposta indignada da natureza que revida, de forma implacável, o descaso dos inquilinos da terra.

Sem dúvida, muitas multinacionais, tidas entre as maiores predadoras da natureza, já estão vislumbrando o bilionário mercado das máscaras de gás, item de primeira necessidade num futuro não muito distante de continuar esse estado de coisas. Lógico, serão comercializadas em belas embalagens coloridas, tanto para humanos como para seus bichos de estimação. Que serão também obrigados a beber água engarrafada, fornecida por uma das grandes multinacionais do setor.

O segundo grande desafio é o econômico, detonado pela crise financeiro que estourou em Outubro e que, tal como a ameaça ambiental, é globalizado e não distingue raça, credo, posses ou localização geográfica.

A reunião dos G-20 – as 20 nações mais ricas do mundo, o Brasil no meio – realizada em Novembro em Washington, sentou as bases de uma cooperação planetária a partir do convencimento da uma realidade que salta aos olhos: todos dependem e precisam de todos. Claro, uns mais que outros.

Foi acordado que um grandioso esforço planetário - cujos detalhes serão sacramentados numa nova cume em Março de 2009 - será a base para uma cruzada para diminuir os riscos latentes de uma grave recessão global, pesadelo que deve assombrar as noites de muitos líderes mundiais por um bom tempo. E de dezenas de milhões de pessoas comuns, que temem que seus empregos virem fumaça, como já está començando a suceder neste começo de 2009.

Muitos lembram que esse filme já foi visto na Grande Depressão da Década dos 30, iniciada com quebradeiras monumentais de instituições bancárias “das mais sólidas", acompanhadas por quedas espetaculares e irreversíveis nas Bolsas de Valores pelo mundo afora

Situação que foi o empurrão para um desemprego brutal e a redução do comércio internacional, ontem como hoje, um dos esteios do crescimento econômico. E esses cavaleiros estavam escoltados pela queda dos preços de bens e serviços e a diminuição significativa de todas as atividades produtivas. E assim por diante.

E o pior: uma descrença generalizada tomou conta de toda a sociedade, lapidando aqueles tempos terríveis que, por ironia digna de um filme de horror, em muitos países só terminaram com a II Guerra Mundial, elevada assim à condição de motor do desenvolvimento deste sofrido planeta.

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