quinta-feira, 28 de maio de 2009

O GRANDE ROUBO


“Cada arma fabricada, cada navio de guerra lançado, cada foguete disparado, significa, no final das contas, um roubo daqueles que estão famintos e não são alimentados, daqueles que tem frio e não são agasalhados..O mundo em armas não esta apenas gastando dinheiro. Está gastando o suor de seus trabalhadores, a genialidade de seus cientistas e a esperança de suas crianças. Em verdade, essa não é um forma de vida. Por baixo da roupagem da ameaça de guerra, a humanidade está pendurada numa cruz de ferro.”

(Dwight D. Eisenhower, Presidente dos EE.UU, em um discurso em 16 de Abril, 1953).

Eisenhower, militar de carreira, Comandante Supremo das Forças Aliadas na II Guerra Mundial, herói americano, duas vezes eleito presidente dos EUA, foi também quem advertiu o mundo sobre os perigos do complexo industrial&militar, um monstruoso esquema de interesses espúrios que entrelaça o sistema de abastecimento das forças armadas com a mítica de defesa. Esse esquema sobrevive muito bem até nossos dias e se auto-alimenta de todo e qualquer conflito, real ou potencial, que sirva para desovar seus sempre disponíveis arsenais ainda que atropelando a diplomacia, a convivência pacífica entre as nações e os preceitos básicos das Nações Unidas. Ainda, segundo muitos especialistas, é responsável pela promoção de dezenas de conflitos pelo mundo afora.

A ironia é que os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - EUA, China, França, Reino Unido e Rússia – são os maiores fabricantes e exportadores de armas do mundo, compondo uma triste demonstração de hipocrisia política/globalizada! Por outra parte, esse singular “quinteto de ouro”, foi também o principal responsável pelo aumento de 100% dos gastos com armas na última década.!.

Segundo estimativas do respeitado Instituto Internacional de Investigação para a Paz, de Estocolmo, reconhecida autoridade mundial em temas militares, foram gastos quase um trilhão e meio de dólares em armamentos em 2008 - 50% pelos EUA - aproximadamente 300 vezes mais que o valor do orçamento aprovado para a FAO para combater a fome no mundo!

Por outra parte, esse trilhão e meio de dólares – que è perto do valor do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil ou menos de 3% do PIB mundial – é quase a metade do que as máfias de corruptos - outro câncer de nossa civilização - “aliviam” suas vítimas.no mundo todo.

Será proveitoso refletirmos por um momento sobre o que aconteceria se apenas 10 % (não mais de dez por cento!) fosse destinada a usos que, na definição da ONU, são parte essencial do desenvolvimento humano e dizem respeito à dignidade das pessoas. Assim, esses 10% poderiam ser usados para:

* alimentar adequadamente 800 milhões de pessoas, todos os dias;
* evitar a morte de 6 até 10 milhões de crianças, todos os anos;
* proporcionar educação básica a 45 milhões de crianças, entre os 5 e os 12 anos;
* suprir de água potável a 300 milhões de pessoas.

Uma única e dura realidade salta aos olhos: recursos existem para ajudar a solucionar as carências mais graves dos 20% que menos tem e mais carecem. Apenas, é outro tipo de guerra.

A humanidade precisa, urgentemente, de mais humanidade!

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