quarta-feira, 2 de maio de 2012

OS INSACIAVÉIS


Os chineses demonstram ser excelentes jogadores do poker da geopolítica planetária e, de modo especial, nos últimos anos têm trabalhado com celeridade e eficácia para ganhar posições estratégicas no vazio deixado pelos EUA e pela Europa.

Os grandes conquistadores do Século XIX (Europa) e do Século XX (EUA), imersos na crise do sistema capitalista/liberal e sem forças - recursos- para revidar a forte arremetida chinesa apenas podem ser espectadores impotentes que sabem que estão começando a perder o jogo do poder global para um adversário decidido, que luta com admirável competência para ganhar posições estratégicas no xadrez do jogo pela supremacia mundial.

Inclusive, desde 2008, quando uma ventania tempestuosa sacudia as estruturas da economia globalizada, sem perdoar nenhum pedaço do planeta, a China acelerou sua ofensiva para ocupar os espaços deixados pelos outrora “donos do mundo” e provar que é um país confiável, forte, e que busca a paz, a amizade e a harmonia entre as nações. E que hoje é o único que tem a bolsa cheia para investir, financiar, comprar, comerciar e atender as demandas mais urgentes dos  países pobres e dos emergentes.

E claro, consegue "pechinchas" fabulosas e acordos em longo prazo que são uma garantia adicional para a continuidade de seu projeto da "Grande China", sendo de destacar o insaciável apetite da China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) - a Petrobras daquelas bandas – que não vacila em chocar de frente com gigantes como Royal Dutch/Shell, Chevron/Texaco, Exxon Mobil, ENI e Total. E, geralmente, levar a melhor.

Seguindo ensinamentos do lendário general e filosofo  Sun Tzu - até obedecendo a suas táticas militares aplicadas magistralmente no cenário econômico/empresarial - chama atenção quatro caixeiros viajantes, amáveis e sorridentes, que percorrem o mundo dando atenção preferencial à África e América Latina, e que representam a cúpula do poder da China: o Primeiro Ministro Wen Jiabao; o Presidente, Hu Jintao; o Vice-Presidente, Xi Ximping; e o Ministro das Relações Exteriores, Yang Jiechi.

Trazem uma mensagem clara de esperança, afirmam sua vontade de cooperação, concretizam negócios de bilhões, assinam acordos, prometem investimentos, enfim, de todos os modos possíveis, tentam provar que China é um parceiro “do peito” nos momentos difíceis.

E não perdem a oportunidade de afirmar que “mantendo taxas elevadas de crescimento, a China vai ajudar a superar a turbulência mundial o que, inclusive, vai permitir ampliar sua cooperação com todos os países”.

Bem, ainda que estimados "apenas" 8%  para 2012, a China vai emplacar, de longe, a maior taxa de crescimento do PIB entre as nações que compõem o G-20, o grupo das 20 nações mais ricas do planeta.

Está acontecendo. Se continuar, vai significar a maior mudança do poder global dos últimos três séculos que poderá ser plenamente concretizada na década iniciada em 2030, de acordo com documentada análise do Departamento de Estudos Internacionais da Wharton University de Pennsylvania, um dos mais respeitados “think tank” dos Estados Unidos.

Ora, são menos de 20 anos. Podemos esperar.

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