quarta-feira, 8 de agosto de 2012

UM PEDAGIO PLANETARIO

 
E bom lembrar que em 14 de dezembro de 2005 entrou em vigor a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, documento fundamental que cristaliza a preocupação do organismo internacional, depois de quase 67 anos de existência, com relação a um dos mais alarmantes malefícios da sociedade globalizada e que, abertamente ou às escondidas, cobra uma parcela importante da qualidade de vida de toda a humanidade e, pior ainda, faz mais distante o sonho de um futuro melhor para seus membros menos afortunados.


 Um dos aspectos mais importante desse acordo é que estabelece os mecanismos de cooperação entre seus membros para identificar e punir os responsáveis por essa praga, especialmente aqueles que se utilizam do sistema financeiro internacional para burlar a lei e tentar esconder o fruto de seus crimes.

A Transparência Internacional, uma das entidades lideres no combate a esse mal que aflige todos os países, ricos e pobres, grandes e pequenos, afirma que pode atribuir-se à corrupção, entre outros danos, pelo menos cinco epidemias que castigam o globo de forma impiedosa com seus efeitos catastróficos: 1) a facilitação e disseminação do comercio de drogas; 2) a existência e continuidade de conflitos armados; 3) a diminuição do ritmo e alcance do desenvolvimento econômico e social; 4)a corrosão da harmonia social, essencial para a convivência pacifica de seus diversos segmentos; 5) a descrença nas instituições e no sistema democrático de governo.

Ou, em soma: Mais pobreza, mais violência, mais sofrimento, menos segurança, menos esperança num futuro melhor.  De tudo, um Planeta menos feliz.

Esse flagelo anda sempre de mãos dadas com a total falta de ética e uma extraordinária capacidade para atuar camuflado. E, com uma desfaçatez impecável, seus adeptos mais conspícuos sabem muito bem disfarçar sua face repugnante trás uma fachada de imponência, esbanjando importância e soberba, fazendo questão em vender uma imagem pasteurizada do tipo “cidadão acima de qualquer suspeita”.

Entre seus aliados infalíveis e sempre dispostos a servir seus propósitos inconfessáveis, merecem destaque especial: a burocracia, em todos seus graus e formas; as leis, que esquecem a Justiça e o Interesse Público; a ambição e sua fiel aliada, o egoísmo, que destroem o caráter; as organizações, especialmente as grandes corporações, quando seus líderes carecem de códigos de moral; os costumes, que petrificam os maus hábitos no altar do “sempre foram assim”; os controles, que entronizam a fiscalização (e os fiscais), mas que deixam muito a desejar no cumprimento de suas funções; as autoridades, em todos os níveis, que sucumbem ao canto de sereia do dinheiro fácil.


Ainda, levada pelo redemoinho dos tempos modernos, a sociedade é outra cúmplice não menos importante desse opróbrio, desde que descuida, as mais das vezes, a necessidade de priorizar e insistir nos valores superiores do ser humano e deixa de utilizar seus instrumentos fundamentais: A família, a religião e a educação.

A redefinição do papel dessas instituições básicas da sociedade não é uma questão de escolha, senão uma resposta imperativa para tentar combater essa terrível ameaça que cobra um pedágio escandaloso das nações que transitam pelo Século XXI.




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