sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O INIMIGO LÁ EM CASA


Sintomas preocupantes

Tem algo de muito errado no badalado conceito de “Segurança Nacional” - ícone sobressalente da espionagem americana - em cujo nome se comete as maiores tropelias que se tem memória em tempos de paz, passando por cima de direitos, individuais e coletivos, seja lá onde for, e pisoteando as boas normas de convivência internacional.

Em nosso caso, não pode passar por alto a péssima impressão que isso causa aos latino-americanos desde que esse proceder traz á memória os tempos aziagos do final do Século XIX e boa parte de Século XX quando, com um porrete numa mão e um punhado de dólares na outra, os EUA intervinham abertamente na modelagem econômica e política da América Latina, sem dar a mínima para o custo humano, psicológico e social da maioria dos habitantes da região. 

È forte a percepção que existe algo de nebuloso nesse crescente interesse nos acontecimentos da América Latina - e do Brasil, seu principal expoente – corroborado pela presença (necessária?) da IV Frota dos EUA patrulhando águas do Atlântico Sul desde 2008, numa evidente demonstração de força do “xerife” do planeta.

Ou melhor: O que se oculta por detrás dessas ações? Porque são muito difíceis de engolir as desculpas (explicações?) correntes das quais a diplomacia deita mão para tentar esclarecer fatos condenáveis. “Não acredito em bruxas, mas que existem, existem”.

Dúvidas

Como muito bem afirmava Alvin Toffler no seu clássico “As Guerras do Futuro”: A quarta guerra mundial será travada no campo do conhecimento bem alimentado pela informação. Os vencedores serão aqueles que melhor conseguem utilizar o poder dessa dupla, elevada à categoria de arma irmã do terror nuclear”

Deixando um pouco de lado os bla-bla-bla da linguagem diplomática bem comportada – insuperável na arte de esconder a verdade – e apenas repassando os registros históricos, não é difícil  encontrar dezenas de “motivos justificáveis” na visão especial da NSA (sigla em inglês da Agência Nacional de Seguridade dos EUA) para manter o olhar atento (eufemismo para espionagem) em governos, entidades e pessoas desta região e do resto do mundo.

Os motivos – alguns evidentes, outros nem tanto e merecem a classificação  de “top secret” no  melhor estilo de Guerra Fria - podem serem alinhados sob diversos disfarces, entre  os quais despontam os estratégicos, os econômicos  e os militares, sem esquecer os puramente burocráticos para justificar o aumento das dotações gigantescas para alimentar a “máquina”,  que só nos últimos 10 anos aumentaram em mais de 120%. E  por aí vai.

Ah, e para alegria do “sistema”, a espionagem é também um negócio que, segundo a Transparência Internacional, movimenta centenas de bilhões de dólares todos os anos!

Amanhã

De tudo esse “imblógio” e para livrar-se do atrelamento aos EUA, na defesa da soberania e da independência nesse setor estratégico, os países da região começam a montagem de seus próprios sistemas de comunicação a nível global, com o lançamento de satélites e a instalação de suas redes internacionais de fibra óptica. 

Especificamente, o Brasil já em 2015 terá seu próprio satélite de comunicações – tecnologia conjunta Brasil-China, fruto do Acordo Estratégico de Cooperação de junho/2012 - e fará parte importante da rede de cabos projetada para unir todos os países da UNASUL – União das Nações Sul - Americanas.

É claro que sobrarão explicações (explicações?) para tentar reduzir a importância desses eventos censuráveis. Mas não será possível borrar a desconfiança e o temor de que os EUA, sem entender nitidamente as transformações heterogêneas que tiveram (e têm) lugar na região, prefira percorrer o tortuoso caminho do ilícito para tentar manter prestigio e poder. Ou melhor: Entender e aceitar que os países no Sul do Rio Grande já não são mais parte do quintal da Grande Potencia do Norte.

Ambições aparte, é bom registrar que o espaço regional é a maior e mais rica área do planeta em biodiversidade, água e recursos naturais. Fundamentais para a civilização da 2ª. Metade do Século!





                                                      
   









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