Sintomas preocupantes
Tem algo de muito errado no badalado conceito de “Segurança
Nacional” - ícone sobressalente da espionagem americana - em cujo nome se
comete as maiores tropelias que se tem memória em tempos de paz, passando por cima
de direitos, individuais e coletivos, seja lá onde for, e pisoteando as boas
normas de convivência internacional.
Em nosso caso, não pode passar por alto a péssima impressão
que isso causa aos latino-americanos desde que esse proceder traz á memória os
tempos aziagos do final do Século XIX e boa parte de Século XX quando, com um
porrete numa mão e um punhado de dólares na outra, os EUA intervinham
abertamente na modelagem econômica e política da América Latina, sem dar a
mínima para o custo humano, psicológico e social da maioria dos habitantes da
região.
È forte a percepção que existe algo de nebuloso nesse
crescente interesse nos acontecimentos da América Latina - e do Brasil, seu principal
expoente – corroborado pela presença (necessária?) da IV Frota dos EUA
patrulhando águas do Atlântico Sul desde 2008, numa evidente demonstração de
força do “xerife” do planeta.
Ou melhor: O que se oculta por detrás dessas ações? Porque
são muito difíceis de engolir as desculpas (explicações?) correntes das quais a
diplomacia deita mão para tentar esclarecer fatos condenáveis. “Não acredito em bruxas, mas que existem,
existem”.
Dúvidas
Como muito bem afirmava Alvin Toffler no seu clássico “As
Guerras do Futuro”: A quarta guerra
mundial será travada no campo do conhecimento bem alimentado pela informação. Os
vencedores serão aqueles que melhor conseguem utilizar o poder dessa dupla,
elevada à categoria de arma irmã do terror nuclear”
Deixando um pouco de lado os bla-bla-bla da linguagem
diplomática bem comportada – insuperável na arte de esconder a verdade – e
apenas repassando os registros históricos, não é difícil encontrar dezenas de “motivos justificáveis”
na visão especial da NSA (sigla em inglês da Agência Nacional de Seguridade dos
EUA) para manter o olhar atento (eufemismo para espionagem) em governos,
entidades e pessoas desta região e do resto do mundo.
Os motivos – alguns evidentes, outros nem tanto e merecem a
classificação de “top secret” no melhor estilo de Guerra Fria - podem serem
alinhados sob diversos disfarces, entre os
quais despontam os estratégicos, os econômicos e os militares, sem esquecer os
puramente burocráticos para justificar o aumento das dotações gigantescas para
alimentar a “máquina”, que só nos últimos
10 anos aumentaram em mais de 120%. E por aí vai.
Ah, e para alegria do “sistema”, a espionagem é também um negócio que, segundo a Transparência
Internacional, movimenta centenas de bilhões de dólares todos os anos!
Amanhã
Especificamente, o Brasil já em 2015 terá seu próprio
satélite de comunicações – tecnologia conjunta Brasil-China, fruto do Acordo
Estratégico de Cooperação de junho/2012 - e fará parte importante da rede de
cabos projetada para unir todos os países da UNASUL – União das Nações Sul -
Americanas.
É claro que sobrarão explicações (explicações?) para tentar
reduzir a importância desses eventos censuráveis. Mas não será possível borrar
a desconfiança e o temor de que os EUA, sem entender nitidamente as
transformações heterogêneas que tiveram (e têm) lugar na região, prefira
percorrer o tortuoso caminho do ilícito para tentar manter prestigio e poder. Ou
melhor: Entender e aceitar que os países no Sul do Rio Grande já não são mais
parte do quintal da Grande Potencia do Norte.
Ambições aparte, é bom registrar que o espaço regional é a
maior e mais rica área do planeta em biodiversidade, água e recursos naturais.
Fundamentais para a civilização da 2ª. Metade do Século!
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