Existe uma evidente
preocupação entre as lideranças mundiais sobre os rumos da crise globalizada e
até que nível continuará exercendo seus efeitos ruinosos nos próximos anos sobre
o crescimento, o comércio exterior, os investimentos, o emprego e a confiança,
de países, empresas e pessoas
Em menos de seis anos conjunturas
difíceis açoitaram as economias lideres do mundo – especialmente, nos EUA e na
Europa – com seu rastro de devastação impiedosa sobre o resto de planeta,
castigando sempre mais os que menos têm e mais precisam, norma consagrada desde
tempos imemoriais para a manutenção do “sistema” vigente. Em tempo: A “crise”
deste início de Século já custou cento e sessenta milhões de empregos e reduziu
pela metade as taxas de desenvolvimento de quatro de cada cinco países do
planeta.
Inevitavelmente, as
lideranças mundiais se debruçam na busca de explicações e soluções para tentar
evitar que acontecimentos similares venham a perturbar a tranqüilidade desejável
– sempre caprichosamente mutável - que permita dar mais previsibilidade aos acontecimentos
dos tempos que virão.
Ricardo Lago, ex-presidente do Chile e presidente em exercício do Clube de Madrid - organização internacional que patrocina mecanismos para consolidar a democracia e a paz e que tem a participação de mandatários de muitos países, tanto os que estão em exercício como os “ex”, abriu um recente encontro internacional para analisar as incertezas desses tempos sombrios, com palavras contundentes: “Os desafios que dão forma a presente crise são sistemáticos e estão longe de implicar apenas às instituições financeiras. Temos na nossa frente à oportunidade sem precedentes de repensar o modo no qual as lideranças fizeram as coisas no passado e de promover reformas importantes para alcançar um modelo mais adequado para atender as necessidades da sociedade, o que resulta fundamental para sustentar e solidificar a democracia”.
Também, o ex-presidente espanhol, Felipe González, na sua coluna de “El País”, de Madri, afirmou "a necessidade de um esforço de construção de uma nova ordem internacional para o Século XXI, onde espaços supranacionais como a União Européia e o MERCOSUL, poderiam configurar uma nova forma de governabilidade mais equilibrada, mais cooperativa, mais solidária”.
O que reforça a idéia que os países do Cone Sul podem trazer uma contribuição muito mais importante para amenizar e solucionar os problemas latentes em cenários que hoje apresentam um elevado potencial de instabilidade. Daí, nunca é demais reiterar a imperiosa necessidade de uma sólida aliança entre os países da região, essencial para a formatação de uma zona onde imperassem a paz e a democracia, condições fundamentais para o desenvolvimento, o bem-estar de seus povos e o respeito da comunidade internacional.
Nesse contexto, num mundo que tem revelado uma tendência clara para a formação de grandes blocos econômicos, a possibilidade de um Acordo de Livre Comércio entre a UNIÃO EUROPÉIA e o MERCOSUL é um caminho que merece ser cuidadosamente ponderado como uma oportunidade real de acelerar o progresso desta parte de América.
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