quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

LUZES NA TRILHA

Existe uma evidente preocupação entre as lideranças mundiais sobre os rumos da crise globalizada e até que nível continuará exercendo seus efeitos ruinosos nos próximos anos sobre o crescimento, o comércio exterior, os investimentos, o emprego e a confiança, de países, empresas e pessoas

Em menos de seis anos conjunturas difíceis açoitaram as economias lideres do mundo – especialmente, nos EUA e na Europa – com seu rastro de devastação impiedosa sobre o resto de planeta, castigando sempre mais os que menos têm e mais precisam, norma consagrada desde tempos imemoriais para a manutenção do “sistema” vigente. Em tempo: A “crise” deste início de Século já custou cento e sessenta milhões de empregos e reduziu pela metade as taxas de desenvolvimento de quatro de cada cinco países do planeta.

Inevitavelmente, as lideranças mundiais se debruçam na busca de explicações e soluções para tentar evitar que acontecimentos similares venham a perturbar a tranqüilidade desejável – sempre caprichosamente mutável - que permita dar mais previsibilidade aos acontecimentos dos tempos que virão.

Entre outras soluções fundamentais, parece ganhar espaço no saber convencional dos principais responsáveis pela governança planetária que os caminhos para alcançar esse futuro almejado passa, obrigatoriamente, pela solução dos grandes problemas mundiais, que abrangem temas como exclusão social, educação, pobreza, direito das minorias, convívio entre etnias e religiões, integração econômica, controle de armamentos, soberania, meio ambiente, ética na política, corrupção, comércio internacional, papel das Nações Unidas, desenvolvimento sustentável, enfim, os temas cruciais podem estender-se e preencher as agendas dos diferentes fóruns internacionais que procuram uma saída para os tempos difíceis que vivemos hoje e que são uma evidente ameaça para o futuro da humanidade.

Ricardo Lago, ex-presidente do Chile e presidente em exercício do Clube de Madrid - organização internacional que patrocina mecanismos para consolidar a democracia e a paz e que tem a participação de mandatários de muitos países, tanto os que estão em exercício como os “ex”, abriu um recente encontro internacional para analisar as incertezas desses tempos sombrios, com palavras contundentes: “Os desafios que dão forma a presente crise são sistemáticos e estão longe de implicar apenas às instituições financeiras. Temos na nossa frente à oportunidade sem precedentes de repensar o modo no qual as lideranças fizeram as coisas no passado e de promover reformas importantes para alcançar um modelo mais adequado para atender as necessidades da sociedade, o que resulta fundamental para sustentar e solidificar a democracia”. 

Também, o ex-presidente espanhol, Felipe González, na sua coluna de “El País”, de Madri, afirmou "a necessidade de um esforço de construção de uma nova ordem internacional para o Século XXI, onde espaços supranacionais como a União Européia e o MERCOSUL, poderiam configurar uma nova forma de governabilidade mais equilibrada, mais cooperativa, mais solidária”.

O que reforça a idéia que os países do Cone Sul podem trazer uma contribuição muito mais importante para amenizar e solucionar os problemas latentes em cenários que hoje apresentam um elevado potencial de instabilidade. Daí, nunca é demais reiterar a imperiosa necessidade de uma sólida aliança entre os países da região, essencial para a formatação de uma zona onde imperassem a paz e a democracia, condições fundamentais para o desenvolvimento, o bem-estar de seus povos e o respeito da comunidade internacional.

Nesse contexto, num mundo que tem revelado uma tendência clara para a formação de grandes blocos econômicos, a possibilidade de um Acordo de Livre Comércio entre a UNIÃO EUROPÉIA  e o MERCOSUL é um caminho que merece ser cuidadosamente ponderado como uma oportunidade real de acelerar o progresso desta parte de América.

Nenhum comentário:

Postar um comentário