quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

GARRAS AFIADAS


Um gigante a respeitar

2013 fecham colocando a China num pedestal econômico invejável, com um desempenho de fazer inveja a todos os “grandes” do planeta - muito especialmente os EUA -  aparecendo como líder do comércio mundial, com 4,2 trilhões de dólares de intercambio – exportações mais importações – superando os EUA, tradicional detentor do primeiro lugar nas trocas internacionais.

Ainda, a China marca pontos com um PIB subindo robustos 7,6%, alcançando os US$9,6 trilhões;  reservas internacionais de US$ 3,7 trilhões;; inflação de apenas 2,3%; desemprego na faixa de 4,5%; recepção de investimentos externos na faixa dos US$90 bilhões; e uma política cada vez mais evidente de acelerar o papel do mercado interno como chave para um desenvolvimento sustentável. E não é para menos: Trata-se aumentar os níveis de consumo de uns 800 milhões de chineses – quatro vezes a população brasileira – para diminuir a diferença que os separa dos “felizes” 540 milhões de moradores urbanos, que ostentam um consumo médio quase quatro vezes maior.

Problemas? Claro que existem, comparável com suas potencialidades. Mas o que é importante: Não são jogados embaixo do tapete – como é costume de certos governos que todos conhecemos – e são enfrentados com eficiência e recursos que também sustentam o desenvolvimento e geram um sem número de novas oportunidades para os empreendedores.

Pelo rodar da carruagem, o objetivo definido de superar os EUA antes de 2020 deve ser alcançado. E também de contribuir decisivamente para consolidar um mercado Sul-Sul, muito possivelmente na década iniciada em 2030, o que vai significar a maior mudança do poder global dos últimos três séculos de acordo com respeitável análise do Departamento de Estudos Internacionais da Wharton University, de Pennsylvania, um dos mais respeitados “think tank” dos Estados Unidos.

Jogo de pôquer

Os chineses demonstram ser excelentes jogadores no jogo pelo poder da geopolítica planetária e, de um modo muito especial, nos últimos anos têm trabalhado com celeridade e eficácia para ganhar posições estratégicas no vazio deixado pelos EUA e pela Europa após a  convulsão econômica iniciada em 2007.
.
Os grandes conquistadores do Século XIX (Europa) e do Século XX (EUA), imersos na crise do sistema capitalista/liberal e sem forças - recursos- para revidar a forte arremetida chinesa apenas podem ser espectadores impotentes que sabem que estão começando a perder o jogo do poder global para um adversário decidido, que luta com admirável competência para ganhar posições estratégicas no xadrez do jogo pela supremacia mundial.

Nos últimos anos, quando a ventania tempestuosa sacudia as estruturas da economia globalizada, sem perdoar nenhum pedaço do planeta, a China acelerou sua ofensiva para ocupar os espaços deixados pelos outrora “donos do mundo” e provar que é um país confiável, forte, e que busca a paz, a amizade e a harmonia entre as nações. E que hoje é o único país que tem a bolsa cheia para investir, financiar, comprar, comerciar e atender as necessidades mais urgentes dos países emergentes que buscam acelerar seu crescimento, especialmente dos mais pobres.

E claro, consegue "pechinchas" fabulosas e acordos a longo prazo que são uma garantia adicional para a continuidade de seu projeto da "Grande China", sendo de destacar o insaciável apetite da China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) - a Petrobras daquelas bandas – que não vacila em chocar de frente com gigantes como Royal Dutch/Shell, Chevron/Texaco, Exxon Mobil, ENI e Total. E, geralmente, levar a melhor.

Seguindo ensinamentos do lendário Sun Tzu - até obedecendo suas táticas militares aplicadas magistralmente no cenário econômico/empresarial – seus principais dirigentes percorrem todos os cantos do planeta, dando atenção preferencial à África e América Latina, levando uma mensagem clara de esperança, afirmando sua vontade de cooperação, concretizando negócios de bilhões, assinando acordos em setores estratégicos,  alavancando  investimentos, enfim, de todos os modos possíveis, tentando provar que China é um parceiro “do peito” nos momentos difíceis.

E não perdem a oportunidade de afirmar que “mantendo taxas elevadas de crescimento, a China vai ajudar a superar a turbulência mundial o que, inclusive, vai permitir ampliar sua cooperação com todos os países”.

Enfim, o futuro dirá!






Nenhum comentário:

Postar um comentário