sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

NOVAS BATALHAS


Resultados preocupantes

Na medida de que são conhecidos os números de nosso comércio internacional de 2013 – alguns verdadeiros, outros devidamente camuflados, infelizmente – sobram as explicações que pretendem destacar os matizes exatos dessa performance que, convenhamos, deixa a gente com mais dúvidas que certezas sobre o desempenho futuro de nossas exportações.

Os 242 bilhões de exportações de 2013, emplacando o 3º. melhor resultado da história de nosso comércio com o exterior,  foram obtidos graças  a contribuição recorde de praticamente 100 bilhões de dólares de produtos do agronegócio – quase 42% do total de nossas vendas internacionais - resultado evidentemente de méritos extraordinários, ainda que, no frigir dos ovos, alguns mais céticos afirmem que para obter esses saldos positivos dependemos da cotações da Bolsa de Chicago, centro mundial que dita e regula os preços internacionais das commodities do agronegócio,  e  dos interesses – busca de resultados próprios positivos -  de mais de 30 grandes “dealers multinacionais” com atuação fortemente destacada nas exportações brasileiras. E da China, logicamente.

Enfim, tudo bem, o comércio internacional de commodities agrícolas é assim mesmo, ainda que os eternos críticos considerem que isso, na verdade, tem que ser também avaliado com muito cuidado, desde que deixa uma parte importante da evolução de nossos negócios com o exterior à mercê de decisões determinadas lá pelas longínquas “terras do norte”.
Do outro lado, temos o registro negativo de balanço de produtos industriais, com 105 bilhões de déficit, valor que vem aumentando após ano e revela uma distorção que exige medidas fortes para sua correção. Aliás, Ricardo Markwald, diretor-geral da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) coloca a questão sem rodeios: "Há um consenso de perda da competitividade da indústria brasileira. São problemas em grande medida provenientes dos custos adicionais de logística e falta de inovação". Isso, entre outros fatores, ajuda a explicar por que sendo a 6ª. (ou 7ª. para alguns) economia do mundo ocupamos apenas um 22º. lugar entre os países exportadores.
Estatísticas reveladoras
Numa apreciação fria, puramente estatística de nossas vendas internacionais, a intensa, decisiva e vital participação das grandes empresas é certamente essencial para manter – ou tentar manter – uma participação razoável nessa guerra permanente para ter presença nos mercados internacionais. Nesse segmento têm proeminência umas 500 empresas, com exportações superiores aos 50 milhões de dólares, secundadas por um grupo não menos importante de aproximadamente 1.400 empresas, com vendas ao exterior entre 10 e 50 milhões de dólares em 2013.

 E, correndo por fora, mais 3.200 empresas com exportações entre 1 e 10 milhões de dólares buscam seu espaço ao sol. E lá atrás, buscando um lugar melhor, com vendas inferiores a 1 milhão de dólares, quase 15.000 organizações incursionam e desafiam os recifes de um mercado globalizado, estremecido pela queda da demanda e os esforços da concorrência para sustentar posições. Convenhamos, é uma luta titânica que exige ao máximo a competência de nossos empresários!

As grandes batalhas

Sem dúvida os fatos e a realidade mundial indicam claramente a necessidade de redesenhar importantes peças na agenda para aprimorar e aumentar a presença internacional das empresas brasileiras. Logicamente, num intenso esforço conjunto entre governo e iniciativa privada, elos decisivos na corrente da competência além fronteiras.

Ou, em outras palavras, num esforço contínuo, persistente e sem tréguas, temos que enfrentar e vencer a batalha da competitividade que une, num abraço de urso polar, a busca da qualificação tecnológica, da eficiência, da qualidade e da integração à economia internacional

E, enquanto se buscam soluções para dinamizar as vendas, não está demais analisar e tentar aplicar as ações de marketing internacional dos países asiáticos, liderados pela China, que ajudam a explicar seu sucesso extraordinário nas batalhas do comércio exterior.



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