Os malabarismos das autoridades brasileiras – o MIDC, Ministério
da Indústria Desenvolvimento e Comércio Exterior é destaque – não conseguiram
esconder, uma vez mais, o fracasso gritante dos esforços oficiais para deter a
queda das exportações brasileiras em 2013, seguindo a trilha descendente
iniciada em anos anteriores.
É claro, a crise internacional – efeito retardado da inaptidão
das lideranças políticas na gestão eficiente dos recursos das grandes nações –
é a “grande culpada”, sobre a qual descarregam nossos burocratas oficiais pragas
e maldições, isentando-se convenientemente de quaisquer responsabilidades pelo
reiterados resultados negativos de nosso comércio com o exterior. Isso, claro,
desconsiderando quaisquer referências às anteriores declarações eufóricas,
projetos, promoções e todas as formas possíveis que propiciem regiam viagens ao
exterior e esplêndidas mordomias.
(No íntimo, acho que até abençoam essa tal de “crise” porque
oferece generosamente uma nuvem de argumentos aceitáveis para esconder ou
disfarçar suas incompetências).
Quando agregamos à burrocracia (com dois “r”mesmo) os
benefícios de leis alheias ao interesse público e a falta de ética (o que é
isso?), acondicionados em propósitos pra lá de condenáveis e sempre longe de
transparência e da verdade, bem, podemos tramar quaisquer resultados, como
recentemente – exemplo esclarecedor de tais maquinações – são as incríveis
“exportações de plataformas de exploração de petróleo”, depois “alugadas” à
Petrobras. Que incham e desvirtuam os resultados de nossas exportações,
escondendo o rombo real de nosso balanço comercial cujo resultado positivo foi
devidamente “engordado” com US$ 7,5 bilhões dessa “operação pra lá de
suspeita”.
Mas, reconheçamos, tudo dentro da “lei”, obedecendo a “normas
do comércio internacional” de
conformidade com os mais severos “preceitos fiscais” e respeitando rigorosas
“regras contábeis”. Enfim, tudo seguindo
um figurino impecável por que, gostemos ou não, a obediência à princípios consagrados
são também fiéis escudeiros de grandes embustes.
Essas grandes obras de engenharia, fabricadas (montadas) no
Brasil, nunca realmente saíram do país, ainda que encomendadas por uma empresa
off –shore, geralmente da Petrobras que, reconheçamos, há tempos tem o galardão de brilhante especialista em
operações triangulares internacionais, cujo maior mérito é esconder a natureza
dos fatos, desviar recursos em benefício dos “apadrinhados do sistema” e inflar custos. E, nesse tortuoso
caminho, quem se atreve em pôr em dúvida o preço de nossos combustíveis, um dos
mais altos do mundo, tudo devidamente justificado e documentado?
Lendo as declarações de altos funcionários do MIC e como
estamos também no ano de graça da copa do mundo de futebol, fico a pensar que podemos
aproveitar o embalo e organizar um possível campeonato mundial de caras-de-pau.
Não duvidem, o Brasil conta com uma seleção com sérias possibilidades de levar
a taça de ouro!
Até, seguindo esse exemplo que vem de cima, podemos jogar no
lixo os esforços para internacionalizar nossas empresas, empreender, inovar e
usar instrumentos avançados de planejamento, marketing e promoção. Para que
todo esse esforço se podemos abrir uma empresa off-shore – preferentemente num
paraíso fiscal, como Delaware, na costa este dos EEUU, onde é possível desfrutar da alegre companhia de
grandes mestres dos ilícitos internacionais -
e “transformar”, como por arte de magia, vendas para o mercado interno
em exportações! Bem, em caso de dúvidas de como fazer, consultar o MIC e a
Petrobras. È tiro e queda!
De tudo isso, fica apenas duas palavras: Vergonha pelo falsidade, e traição aos milhares de empresários que
lutam com seriedade para vender (mesmo!) os
produtos e serviços “Made in Brasil” nos mercados globais.
Pelo seu esforço, pelo menos merecem o respeito que decorre da verdade!
Nenhum comentário:
Postar um comentário