quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

VERGONHA E TRAIÇÃO!


Os malabarismos das autoridades brasileiras – o MIDC, Ministério da Indústria Desenvolvimento e Comércio Exterior é destaque – não conseguiram esconder, uma vez mais, o fracasso gritante dos esforços oficiais para deter a queda das exportações brasileiras em 2013, seguindo a trilha descendente iniciada em anos anteriores.

É claro, a crise internacional – efeito retardado da inaptidão das lideranças políticas na gestão eficiente dos recursos das grandes nações – é a “grande culpada”, sobre a qual descarregam nossos burocratas oficiais pragas e maldições, isentando-se convenientemente de quaisquer responsabilidades pelo reiterados resultados negativos de nosso comércio com o exterior. Isso, claro, desconsiderando quaisquer referências às anteriores declarações eufóricas, projetos, promoções e todas as formas possíveis que propiciem regiam viagens ao exterior e esplêndidas mordomias.

(No íntimo, acho que até abençoam essa tal de “crise” porque oferece generosamente uma nuvem de argumentos aceitáveis para esconder ou disfarçar suas incompetências). 

Quando agregamos à burrocracia (com dois “r”mesmo) os benefícios de leis alheias ao interesse público e a falta de ética (o que é isso?), acondicionados em propósitos pra lá de condenáveis e sempre longe de transparência e da verdade, bem, podemos tramar quaisquer resultados, como recentemente – exemplo esclarecedor de tais maquinações – são as incríveis “exportações de plataformas de exploração de petróleo”, depois “alugadas” à Petrobras. Que incham e desvirtuam os resultados de nossas exportações, escondendo o rombo real de nosso balanço comercial cujo resultado positivo foi devidamente “engordado” com US$ 7,5 bilhões dessa “operação pra lá de suspeita”.

Mas, reconheçamos, tudo dentro da “lei”, obedecendo a “normas do comércio internacional”  de conformidade com os mais severos “preceitos fiscais” e respeitando rigorosas “regras  contábeis”. Enfim, tudo seguindo um figurino impecável por que, gostemos ou não, a obediência à princípios consagrados são também fiéis escudeiros de grandes embustes.

Essas grandes obras de engenharia, fabricadas (montadas) no Brasil, nunca realmente saíram do país, ainda que encomendadas por uma empresa off –shore, geralmente da Petrobras que, reconheçamos, há tempos  tem o galardão de brilhante especialista em operações triangulares internacionais, cujo maior mérito é esconder a natureza dos fatos, desviar recursos em benefício dos “apadrinhados do sistema” e inflar custos. E, nesse tortuoso caminho, quem se atreve em pôr em dúvida o preço de nossos combustíveis, um dos mais altos do mundo, tudo devidamente justificado e documentado?

Lendo as declarações de altos funcionários do MIC e como estamos também no ano de graça da copa do mundo de futebol, fico a pensar que podemos aproveitar o embalo e organizar um possível campeonato mundial de caras-de-pau. Não duvidem, o Brasil conta com uma seleção com sérias possibilidades de levar a taça de ouro!

Até, seguindo esse exemplo que vem de cima, podemos jogar no lixo os esforços para internacionalizar nossas empresas, empreender, inovar e usar instrumentos avançados de planejamento, marketing e promoção. Para que todo esse esforço se podemos abrir uma empresa off-shore – preferentemente num paraíso fiscal, como Delaware, na costa este dos EEUU,  onde é possível desfrutar  da alegre companhia de grandes mestres dos ilícitos internacionais -   e “transformar”, como por arte de magia, vendas para o mercado interno em exportações! Bem, em caso de dúvidas de como fazer, consultar o MIC e a Petrobras. È tiro e queda!

De tudo isso, fica apenas duas palavras: Vergonha pelo  falsidade, e traição aos milhares de empresários que lutam com seriedade para vender (mesmo!) os  produtos e serviços “Made in Brasil” nos mercados globais.

Pelo seu esforço, pelo menos merecem o respeito que decorre da verdade!



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