Entre outros efeitos colaterais, os resultados
das eleições no Brasil tranquilizaram as lideranças europeias que há tempos se
esforçam na construção de uma nova ordem internacional para o Século XXI, onde
especialmente espaços supranacionais, como a União Europeia (UE) e o MERCOSUL,
poderiam configurar uma nova forma de governabilidade mais equilibrada, mais
cooperativa e mais solidária.
Isso reforça a idéia de que os países do Cone Sul podem trazer uma
contribuição muito importante para amenizar e solucionar os problemas latentes
em cenários que hoje apresentam um elevado potencial de instabilidade. Daí,
nunca é demais reiterar a imperiosa necessidade de uma sólida aliança entre os
dois principais parceiros do MERCOSUL, Brasil e Argentina, cujos
desentendimentos, há menos de uma geração atrás, representavam uma ameaça real
para a formatação de uma zona onde imperassem a paz e a democracia, condições
fundamentais para o desenvolvimento, o bem-estar de seus povos e o respeito da
comunidade internacional.
Com a
consolidação da grande aliança do Cone Sul, fica cada vez mais
evidente que a região pode trazer uma significativa contribuição política como
zona segura e estável, garantindo assim uma posição e uma voz respeitadas no
panorama mundial.
O dito
pode ser considerado um chamado à reflexão para aqueles que, teimosamente,
tanto em Argentina como em Brasil, pugnam por esquecer os benefícios do
MERCOSUL, provados e comprovados ao longo dos últimos
20 anos, no altar dos interesses de lobbies poderosos, de tecnocratas
sem maior comprometimento e de políticos apenas comprometidos com seus próprios
interesses.
Todos
devem entender que não é o momento para que um choque de interesses, nem
sempre muito claros quando colocados sob o prisma do bem comum, venha
agregar à região um contencioso de conflitos econômicos que, entre outros
malefícios, pode vir a confirmar a velha ideia de que “os países da América
do Sul não são confiáveis”. E que, automaticamente,
emperram as negociações cruciais praticamente finalizadas entre a UE e o
\MERCOSUL.
Para o
resto do mundo, resulta essencial que o MERCOSUL possa seguir mostrando que se
esforça por manter uma área de paz, de intenso comércio e de estabilidade
política, sem descuidar um esforço constante para alcançar elevados índices de crescimento,
equilibro social e qualidade de vida.
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