A nova arquitetura da economia global coloca no
palco a sigla BRICS para batizar uma aliança estratégica que, pelas ações
concretas dos últimos cinco anos, tudo leva acreditar está no bom caminho para
dar certo com a progressiva integração de quatro grandes países: Brasil,
Rússia, China e Índia e, desde 2011, com um 5º membro, a África do Sul, que
aparece como a ponte que une Ásia e América.
E, para não ficar só nas intenções, coroando
dezenas de acordos de cooperação, foi dada a partida para a fundação de seu
próprio Banco de Desenvolvimento para financiar projetos de infra-estrutura,
com um capital inicial de U$ 50 bilhões. Entre parêntesis: Vai concorrer
diretamente com o Banco Mundial!
O fato é que, liderado pela China - que ostenta sozinha
um poder econômico superior àquele de seus quatro “companheiros de viagem” -
esses países parecem estar acreditando que podem fazer a diferença para
deslocar de vez o eixo do poder tradicional (Europa-EUA) e dar uma contribuição
significativa para consolidar um mundo de paz, properidade e justiça social. Para todos!
Um poder respeitável
O bloco tem credenciais impressionantes: Reúnem 3,0
bilhões de habitantes, 43% da população mundial; seu PIB (Produto Interno
Bruto) já ultrapassa os US$13 trilhões, 16% do total global e, pelo andar da
carruagem, deve ultrapassar àquele dos EUA - e também o PIB da UE -
possivelmente bem antes de 2020; três deles - China, Rússia e Índia - são
potências atômicas e incursiona agressivamente na conquista espacial; possuem
recursos naturais imensos, especialmente o Brasil, que apenas devem ser
explorados racionalmente e com respeito integral ao meio ambiente; seu imenso
território conjunto, de mais de 44 milhões de Km2, é quase cinco vezes maior
que a superfície dos EUA; o crescimento de sua economia é, de longe, aquele que
dá a maior contribuição ao desenvolvimento mundial; e, de um modo ou outro, com
exceção da Rússia, compartem o mesmo passado de dominação e exploração por
parte dos países mais ricos, o que, de muitas maneiras, contribui para uma
visão diferenciada da realidade e dos mecanismos para solução dos graves
problemas que afligem a humanidade.
Para anotar: Até 2020,
a produção econômica combinada das três principais economias do hemisfério Sul
- Brasil, China e Índia - ultrapassará a produção agregada dos Estados Unidos,
Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá, aponta o Relatório do
Desenvolvimento Humano de 2013 do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) de 2013.
Assim, o novo cenário
representará um dramático reequilíbrio do poder econômico global, desde que pela
primeira a produção combinada das três principais economias em desenvolvimento
se equipara ao Produto Interno Bruto (PIB) das grandes potências industriais.
Equilibro que podem transformar-se
em supremacia em algum ponto da década de 2040 quando o PIB dos “3” ultrapassará
os 40% do PIB mundial, superando os “seis grandes ocidentais” mais o Japão
(G7).
De todos os modos possíveis os “5” terão um papel
fundamental na construção desses ‘novo mundo” que começa tomar forma e
consolidar-se já na próxima década.
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