quinta-feira, 13 de novembro de 2014

OS CINCO ASES




A nova arquitetura da economia global coloca no palco a sigla BRICS para batizar uma aliança estratégica que, pelas ações concretas dos últimos cinco anos, tudo leva acreditar está no bom caminho para dar certo com a progressiva integração de quatro grandes países: Brasil, Rússia, China e Índia e, desde 2011, com um 5º membro, a África do Sul, que aparece como a ponte que une Ásia e América. 
   
E, para não ficar só nas intenções, coroando dezenas de acordos de cooperação, foi dada a partida para a fundação de seu próprio Banco de Desenvolvimento para financiar projetos de infra-estrutura, com um capital inicial de U$ 50 bilhões. Entre parêntesis: Vai concorrer diretamente com o Banco Mundial!

O fato é que, liderado pela China - que ostenta sozinha um poder econômico superior àquele de seus quatro “companheiros de viagem” - esses países parecem estar acreditando que podem fazer a diferença para deslocar de vez o eixo do poder tradicional (Europa-EUA) e dar uma contribuição significativa para consolidar um mundo de paz, properidade e justiça social. Para todos!

Um poder respeitável

O bloco tem credenciais impressionantes: Reúnem 3,0 bilhões de habitantes, 43% da população mundial; seu PIB (Produto Interno Bruto) já ultrapassa os US$13 trilhões, 16% do total global e, pelo andar da carruagem, deve ultrapassar àquele dos EUA - e também o PIB da UE - possivelmente bem antes de 2020; três deles - China, Rússia e Índia - são potências atômicas e incursiona agressivamente na conquista espacial; possuem recursos naturais imensos, especialmente o Brasil, que apenas devem ser explorados racionalmente e com respeito integral ao meio ambiente; seu imenso território conjunto, de mais de 44 milhões de Km2, é quase cinco vezes maior que a superfície dos EUA; o crescimento de sua economia é, de longe, aquele que dá a maior contribuição ao desenvolvimento mundial; e, de um modo ou outro, com exceção da Rússia, compartem o mesmo passado de dominação e exploração por parte dos países mais ricos, o que, de muitas maneiras, contribui para uma visão diferenciada da realidade e dos mecanismos para solução dos graves problemas que afligem a humanidade.

Para anotar: Até 2020, a produção econômica combinada das três principais economias do hemisfério Sul - Brasil, China e Índia - ultrapassará a produção agregada dos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá, aponta o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2013 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) de 2013.

Assim, o novo cenário representará um dramático reequilíbrio do poder econômico global, desde que pela primeira a produção combinada das três principais economias em desenvolvimento se equipara ao Produto Interno Bruto (PIB) das grandes potências industriais.

Equilibro que podem transformar-se em supremacia em algum ponto da década de 2040 quando o PIB dos “3” ultrapassará os 40% do PIB mundial, superando os “seis grandes ocidentais” mais o Japão (G7).

De qualquer modo vale assinalar que predições de como será a partilha do poder e a influência de países, regiões ou setores daqui um determinado tempo no futuro estão, de maneira inevitável, sujeitas aos azares das circunstancias, essas sim muito difíceis de prever nesse mundo insensato, que tem comprovado uma incapacidade notável para escolher um caminho que atenda de modo equitativo, os anseios e as necessidades de seus habitantes.

De todos os modos possíveis os “5” terão um papel fundamental na construção desses ‘novo mundo” que começa tomar forma e consolidar-se já na próxima década.




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