terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A CORRUPÇÃO**



A Transparência Internacional, uma das organizações lideres no combate a corrupção a nível mundial, no seu relatório 2014 posiciona o Brasil nem 69º lugar entre os 175 países analisados para medir o nível de corrupção percebida. O relatório, elaborado desde 1995 tem como base os dados e pesquisas sobre corrupção fornecidos por diversas instituições, que posteriormente servem de fundamento as análises de especialistas de diversos nacionalidades.

A nível global compartilha a mesma posição que Bulgária, Grécia, Itália, Romênia, Senegal e Suazilândia, em quanto que nas Américas tem (maus) exemplos na Argentina e Venezuela e (bons) exemplos no Chile e Uruguai.

Apenas como referencia, no caso dos BRICS, o Brasil ocupa uma posição melhor que a Índia (85º), que a China (100º), que a Rússia (136º) e quase empatando com a África do Sul (67º). Bons companheiros para servir de consolo!

No “top 5” como países com os melhores índices de “honestidade” ou corrupção apenas residual, são destaque a Dinamarca, Nova Zelândia a Finlândia, a Suécia e a Noruega. Chegaremos lá um dia?

Numa visão geral, a corrupção anda sempre de mãos dadas com a total falta de ética e uma extraordinária capacidade para atuar às escondidas. E, com uma desfaçatez impecável, seus adeptos sabem muito disfarçar sua face repugnante trás uma fachada de imponência, esbanjando importância e soberba, fazendo questão em vender uma imagem pasteurizada do tipo cidadão acima de qualquer suspeita.

Entre seus aliados infalíveis e sempre dispostos a servir seus propósitos inconfessáveis, merecem destaque especial: a burocracia, em todos seus níveis e formas; as leis, que esquecem a Justiça e o Interesse Público; a ambição, que destrói o caráter; as organizações, quando seus líderes carecem de firmeza moral; os costumes, que petrificam os maus hábitos no altar do “sempre foi assim”; os controles, que entronam a fiscalização (e os fiscais); e a moral convencional. Bem, vocês podem também descobrir muitas cabeças mais para esse monstro que, abertamente ou às escondidas, cobra uma parcela de nosso bem estar.

Mal, ainda que antigo e com raízes profundas na sociedade, não por isso deve deixar de ser combatido com todas as armas possíveis, a começar pela manutenção de uma imprensa livre e o fortalecimento da ação de quase uma centena de ONGs que no mundo todo lutam sem trégua contra esse ladrão empedernido.

Sua antigüidade histórica pode até ser verificada numa antiga inscrição assíria, de 2.600 anos A.C. conservada no Museu do Homem, em Londres, onde pode ler-se: ”Nos dias atuais, a corrupção envenena a sociedade; os filhos não obedecem mais seus pais; a moral já deixou de ser um guia para a conduta de nossos líderes; e assim o fim do mundo está se aproximando”. 

Dois especialistas deixam seu depoimento: Barry O''Keefe, presidente do Conselho da Conferência Mundial Contra a Corrupção (IACC), acredita que “uma das principais razões da atual crise financeira mundial é a corrupção e a falta de moralidade e de ética". 

Anup Shah, jornalista e estudioso dos efeitos da globalização, afirma que “é preciso entender que a corrupção é uma das causas fundamentais da pobreza em todo o mundo e seu impacto nos países mais pobres tem a dimensão de uma terrível tragédia humana. Também, o tipo de globalização implementada nas últimas décadas favoreceu a disseminação dessa prática criminosa que nasce da competição desumana na base do sistema capitalista”.

**Corrupção vem do latim corruptus e significa quebrado em pedaços. O verbo corromper significa “tornar pútrido”.





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