quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

CAMINHOS DA AMÉRICA



Com a liderança da presidente do Chile, Michele Bachelet, chanceleres da América Latina, entre eles os de Brasil, México e Argentina, - os “três grandes” - participaram do seminário "Diálogo sobre Integração Regional: Aliança do Pacífico e MERCOSUL", em Santiago do Chile, com o objetivo de iniciar conversações exploratórias para aplainar os caminhos que possam levar a uma maior integração entre ambos os blocos nas áreas política, econômica, comercial, de infra-instrutora e cultural.

(O MERCOSUL - debruçado sobre o Atlântico, integrado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, com 280 milhões de habitantes e US$ 3,3 trilhões de Produto Interno Bruto PIB) – e a ALIANÇA DO PACÍFICO, com costas sobre o Pacífico, integrado por Chile, Peru, Colômbia e México, com 205 milhões de habitantes e US$ 2,1 trilhões de PIB – tem muito ganhar com a consolidação dessa idéia de união, principalmente pela excepcional posição logística de cada bloco com relação aos grandes mercados globais.

É claro que isso vai à contramão daqueles setores que pugnam pela preeminência de um bloco com relação ao outro e vai, isso sim, do encontro do bom senso político-econômico, que entende que “unidos somos mais fortes, somos mais respeitados internacionalmente, podemos aproveitar melhor nossas vantagens relativas e podemos acelerar o processo de crescimento” tal como enfatizou a presidente Bachelet na abertura do encontro.

 "Apesar das diferenças, (os países da América Latina) podemos encontrar pontos de acordo. Se não somos capazes de negociar conjuntamente, a história vai nos deixar de lado", como muito bem disse o chanceler chileno, Heraldo Muñoz, ao destacar a importância da reunião.

É claro que as incertezas com relação à situação internacional e seus reflexos por inércia na economia regional, assim como aspectos indesejáveis da situação interna de cada sócio, complicam o andamento e a velocidade do processo de integração, porque as urgências e angustias do momento impedem a consolidação de objetivos estratégicos que precisam ser apreciados no longo prazo.

Mas uma realidade prevalece: O bloco do Pacífico tem uma posição ideal para desenvolver negócios com a Ásia como, aliás, está fazendo ativamente; aquele do Atlântico é o caminho natural para os mercados da Europa e a porta para o mercado Africano, o novo eldorado da segunda metade do Século XXI; os dois têm muito a ganhar pela facilitação do acesso a seus vastos e crescentes mercados internos.

Por outra parte cresce a compreensão internacional que os cenários econômicos e políticos das próximas décadas serão crescente e inexoravelmente emoldurados pelos interesses dos grandes blocos, que ditarão os rumos da civilização do futuro. Assim, não é sábio ficar de fora e os orgulhos nacionalistas – traços das lutas pela independência do Século XIX na América Latina – pode ficar de lado para ceder lugar ao pragmatismo inteligente com a visão correta dos tempos modernos. Claro, sem deixar de lado a soberania, a liberdade e direito uma vida cada vez melhor de cada membro dessa união para o futuro.

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