segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

OS DOIS LADOS DA MOEDA

Em 2014, as exportações brasileiras não foram satisfatórias – apenas 225 bilhões de dólares - valor insuficiente cobrir os 229 bilhões de dólares de importações deixando, portanto, um saldo negativo de quatro bilhões, o pior resultado do balanço comercial desde 2011.

Existem explicações, é claro, destacando-se o déficit de mais de 16 bilhões de dólares da conta petróleo – que volta a vestir a carapuça de grande vilão do equilibro de nossa balança comercial; a redução do preço internacional de nossas commodities exportadoras - que caíram em quase 13 bilhões de dólares com relação a 2013 e muito mais com relação aos valores do qüinqüênio anterior, com o minério de ferro em queda vertical em função da redução dramática da demanda da China e do excesso de oferta mundial; o arrefecimento da demanda internacional de 10 entre 15 dos grandes países importantes no comercio exterior do Brasil e, nisso, Argentina é relevante. Ainda mais, tudo isso somado a um panorama generalizado de crise global num mundo que tenta penosamente sair do caos econômico
.
Agora, se olhamos friamente o outro lado da moeda, depois de caracterizados alguns dos mais importantes fatores externos que afetaram negativamente nosso resultado em 2014, temos motivos para otimismo em 2015, quando as previsões para o desempenho da economia mundial indicam um crescimento previsto de aproximadamente 30%, passando dos 3% em 2014 para praticamente 4% em 2015, o que significa que a demanda mundial precisa crescer para acompanhar um consumo maior. E os preços podem voltar a registrar altas, especialmente de commodities.

Também, a perspectiva de um maior equilibro na conta petróleo ajudarão a diminuir sua pressão negativa sobre o balanço comercial, assim como são positivos os indicadores econômicos de nossos sócios da America Latina, o que também deve contribuir para aumentar nosso saldo positivo com essa região.
Contudo existem outros componentes que precisam ser levados me conta e que permitem augurar um 2015 melhor, tais como: 1) a possibilidade de um dólar acima de RS2, 40 no decorrer do ano, patamar que contribui diretamente para a competitividade de todas nossas exportações; 2) o fato de que em 2014, o restante da pauta, ainda que amargando um dólar na faixa de RS$ 2,20 praticamente nos primeiros nove meses do ano, conseguiu um resultado que pode considerar-se espetacular ao cobrir praticamente 90% dos resultados negativos; 3) o aumento de 9,8% das vendas de produtos manufaturados para os EUA – que apresenta claras sinais de recuperação – superando largamente a elevação geral de 3,4% das compras globais estadunidenses. E as projeções são positivas.

 E outro ponto sobressalente que não pode ser negligenciados: o aumento de numero de empresas exportadoras, que no ano passado registrou 441 novos participantes, fechando 2014 com 19.900 empresas exportadoras brasileiras.

O novo ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior, Armando Monteiro, na sua posse, ressalta que “o comércio exterior é prioridade irreversível” e ainda mais: “O papel primordial do MDIC é posicional o tema competitividade no centro da atenção política do Brasil”.

E para não deixar por menos, prometeu para breve um “pacotão” de medidas que irão beneficiar os exportadores e cooperar para dinamizar nosso comércio com o exterior.

Então, um pouco de confiança e de otimismo não estão demais, naturalmente ancorados num esforço especial por aumentar a competitividade dos produtos e serviços brasileiros.



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