Em 2014, as exportações brasileiras não foram satisfatórias
– apenas 225 bilhões de dólares - valor insuficiente cobrir os 229 bilhões de
dólares de importações deixando, portanto, um saldo negativo de quatro bilhões,
o pior resultado do balanço comercial desde 2011.
Existem explicações, é claro, destacando-se o déficit de
mais de 16 bilhões de dólares da conta petróleo – que volta a vestir a carapuça
de grande vilão do equilibro de nossa balança comercial; a redução do preço
internacional de nossas commodities exportadoras - que caíram em quase 13 bilhões
de dólares com relação a 2013 e muito mais com relação aos valores do
qüinqüênio anterior, com o minério de ferro em queda vertical em função da
redução dramática da demanda da China e do excesso de oferta mundial; o arrefecimento
da demanda internacional de 10 entre 15 dos grandes países importantes no comercio
exterior do Brasil e, nisso, Argentina é relevante. Ainda mais, tudo isso
somado a um panorama generalizado de crise global num mundo que tenta
penosamente sair do caos econômico
.
Agora, se olhamos friamente o outro lado da moeda, depois de
caracterizados alguns dos mais importantes fatores externos que afetaram
negativamente nosso resultado em 2014, temos motivos para otimismo em 2015,
quando as previsões para o desempenho da economia mundial indicam um crescimento
previsto de aproximadamente 30%, passando dos 3% em 2014 para praticamente 4%
em 2015, o que significa que a demanda mundial precisa crescer para acompanhar
um consumo maior. E os preços podem voltar a registrar altas, especialmente de
commodities.
Também, a perspectiva de um maior equilibro na conta
petróleo ajudarão a diminuir sua pressão negativa sobre o balanço comercial,
assim como são positivos os indicadores econômicos de nossos sócios da America
Latina, o que também deve contribuir para aumentar nosso saldo positivo com
essa região.
Contudo existem outros componentes que precisam ser levados
me conta e que permitem augurar um 2015 melhor, tais como: 1) a possibilidade
de um dólar acima de RS2, 40 no decorrer do ano, patamar que contribui
diretamente para a competitividade de todas nossas exportações; 2) o fato de
que em 2014, o restante da pauta, ainda que amargando um dólar na faixa de RS$
2,20 praticamente nos primeiros nove meses do ano, conseguiu um resultado que
pode considerar-se espetacular ao cobrir praticamente 90% dos resultados
negativos; 3) o aumento de 9,8% das vendas de produtos manufaturados para os
EUA – que apresenta claras sinais de recuperação – superando largamente a
elevação geral de 3,4% das compras globais estadunidenses. E as projeções são
positivas.
E outro ponto
sobressalente que não pode ser negligenciados: o aumento de numero de empresas
exportadoras, que no ano passado registrou 441 novos participantes, fechando
2014 com 19.900 empresas exportadoras brasileiras.
O novo ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior,
Armando Monteiro, na sua posse, ressalta que
“o comércio exterior é prioridade irreversível” e ainda mais: “O papel primordial do MDIC é posicional o
tema competitividade no centro da atenção política do Brasil”.
E para não deixar por menos, prometeu para breve um
“pacotão” de medidas que irão beneficiar os exportadores e cooperar para
dinamizar nosso comércio com o exterior.
Então, um pouco de confiança e de otimismo não estão demais,
naturalmente ancorados num esforço especial por aumentar a competitividade dos produtos e serviços brasileiros.
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