Brasil tem atravessado um período comparativamente ruim
desde 2011, com suas exportações praticamente estáveis – às vezes, á custa de
artifícios contábeis – e lamentavelmente, sem condições de gerar saldos
cambiais positivos para aliviar nosso castigado balanço de pagamentos.
Num mundo mutante, onde as condições e regras do xadrez
político mudam ao sabor dos desígnios dos países dominantes, sempre assombrados
pelo rugir ensurdecedor dos gigantescos interesses globais das 1.000 maiores
corporações do planeta, a competitividade
internacional surge como um valor “sine-qua-non”, imprescindível para
manter-se no pelotão da frente entre as nações vencedoras nesse cenário de
guerra comercial permanente - temos que reconhecer – que é a realidade entre as
nações que participam da maratona de conquistar e manter mercados para seus produtos
e serviços.
Mas, o que interessa é tentar estabelecer uma perspectiva
viável para as exportações brasileiras de bens para 2015 e definir cenários
possíveis de negócios no ano ora iniciado.
Ainda que com algumas divergências, os principais organismos
internacionais (OMC, FMI, UNCTAD) assinalam um 2015 um pouco melhor que o
verificado em 2014, com um crescimento do comércio mundial na faixa dos 4% em
valor, apoiados numa recuperação da economia global que deve emplacar também uns
4%. E para 2016 e 2017, as perspectivas são de números mais robustos,
confirmando que as agruras de 2008-2014 começam a ser coisa do passado e
podemos aguardar uma melhoria geral nos negócios.
Entre as bases desse otimismo (moderado) são destaque a
seqüência da forte recuperação dos EUA, os sinais de que a crise da Europa está
sob controle - pelo menos do ponto de vista econômico - a perspectiva de continuidade
e até aumento da demanda da China e dos países asiáticos e as expectativas de
um ciclo mais positivo para os países da América Latina, com a possibilidade de
um ano mais positivo para Brasil e Argentina.
Isto, somado recuperação – ou, pelo menos, manutenção - dos
preços das commodities, cuja queda em 2014 comprometeu fortemente as receitas
dos países em desenvolvimento.
No entanto, isso não é suficiente para um Brasil que necessita
– essencialmente –um esforço concentrado para o aumento das vendas externas,
apoiadas em oito pilares de ouro da competitividade: mais produtividade, vender a mais mercados; vender mais produtos; aumentar
o numero de exportadores; acrescentar valor á pauta exportadora; dar
continuidade aos esforços de promoção e de vendas, independentemente das
oscilações dos mercados; a manutenção de patamares adequados para a relação dólarxreal;
e, claro, tudo isso com lucro para os produtores/exportadores.
Ainda mais: O Brasil precisa urgentemente a desburocratização
de toda a estrutura governamental que lida com as operações de comércio com o
exterior, em todos os niveles, assim como estabelecer um “pacto de competitividade internacional’, entre as empresas e as
federações, associações, sindicatos e outros organismo empresariais, agrupados
no esforço conjunto de ajudar realmente às empresas, especialmente as pequenas
e médias, a “vender mais e melhor no exterior”.
Obriga a todos os participantes a realizar um trabalho
atualizado, inovador e adaptado ás peculiaridades de nossas características e
necessidades para competir com eficiência nos cenários externos onde e realizam
as batalhas dos mercados.
Conseguiremos?
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