Nas últimas três décadas, a China experimentou uma transformação
dramática e substancial na medida em que passava de uma economia que obedecia
rigidamente os princípios do comunismo ortodoxo para uma nova fase batizada de
“socialista de mercado” com o objetivo de extrair o melhor de ambos os
sistemas sem perder de vista a necessidade de manter o equilibro de forças que
até então eram consideradas antagônicas e naturalmente excludentes.
No presente, longe dos anos que o país compartilhava com a Índia a
triste condição de albergar o maior número de pobres e famintos do planeta,
hoje a China assume uma posição de liderança – é a 2ª. maior economia do mundo,
somente superada pelos EUA - e não há duvidas de que, de várias maneiras, tem
afetado o equilibro mundial vigente no éculo XX fazendo a balança da produção
de riqueza pender para Ásia pela primeira vez nos últimos 1.000 anos.
Em 2014. O PIB (Produto Interno Bruto da China) cresceu “apenas” 7,2%, o
que, ainda longe dos 10% de evolução do qual o mundo estava acostumado foi, sem
dúvida, o maior índice entre as grandes economias do mundo num período de crise
dos negócios globalizados. E mais; obtidos em momentos de transição quando o
governo imprime uma severa mudança de rumo, passando de um crescimento com
ênfase nas exportações e nos investimentos para dar prioridade ao mercado
interno e a distribuição de renda
.
Essa mudança, que sacrifica alguns setores – a produção de aço e a
demanda algumas de commodities estratégicas são exemplos que afetam diretamente
o Brasil – tem sua compensação no crescimento do consumo interno e na
consolidação de uma classe média que já supera os 300 milhões de consumidores
com uma perspectiva o longo prazo de manter taxas de evolução próximas aos 5% ao
ano.
È claro que o país enfrenta problemas imensos, do tamanho de seu
gigantismo que reúne, praticamente, 20% da população mundial e que exige
esforços extraordinários de sua governança para manter a nave no rumo planejado
que, em síntese, no dizer de Liao Ping Jeting, diretor do Instituto de Ciências
Econômicas, poder resumir-se em superar os EUA e ser reconhecida como a maior
economia no planeta Isso já no dobrar da esquina do primeiro quarto de Século!
Por agora, pode conformar-se com a abertura de sua economia ao mundo,
superando aos EUA nas suas transações de comércio global; é o maior investidor
global e seus projetos já começam a fazer parte dos cenários de quase todos os
países em desenvolvimento, ocupando e superando as realizações de Europa e dos EUA
nos século XIX e XX; suas reservas internacionais superam os três trilhões de
dólares; suas universidades acolhem mais de trinta milhões de alunos, com
notável preferência para as ciências exatas.
E tem muito mais sendo que,
pacientes e previdentes, de muitas formas, está na vanguarda dos países que se
preparam para os desafios crescentes do futuro.
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