Especialistas
das Nações Unidas em mudanças climáticas debatem e sugerem soluções para
administrar mais eficientemente e evitar a crescente escassez da commodity mais
preciosa do planeta, tentando propor ações para evitar aquilo que os
pessimistas de plantão não hesitam em batizar como “uma das causas
mais prováveis de guerras na segunda metade do Século XXI”.
Como pano
de fundo permanece a severa advertência do organismo internacional de que
a mudança climática, o
crescimento demográfico, a poluição e o uso inadequado,
provocaram um aumento da pressão sobre a demanda da água disponível, o que
obriga a repensar como satisfazer esta galopante necessidade que põe em risco o
futuro do planeta.
Os fatos
reclamam a necessidade urgente de melhorar substancialmente o gerenciamento dos
recursos hídricos, sob pena de continuar reduzindo a disponibilidade de água de
boa qualidade para uns 33% (2.500.000.000) dos habitantes da terra, dos quais
quase 1.000.000.000 sofrem de
forma crônica da falta desse elemento insubstituível.
Nesse panorama desolador, cabe lembrar a excelente posição do Brasil na
posse territorial do liquido vital, já que com menos de 3% da população do
planeta, possui 15% de suas águas doces.
Mas, por
outra parte, não podemos esquecer que essa aparente abundancia do recurso
esconde a realidade de sua distribuição regional distorcida, com abundancia fora
do alcance das áreas mais povoadas e necessitadas do Brasil. No último ano, isso
foi cruelmente comprovado com a insuficiência de chuvas no Sudeste e Centro
Oeste, o que trouxe à tona, uma vez mais, os riscos de nosso processo de
urbanização e a necessidade de gerenciar eficientemente nossos recursos
hídricos.
Como exemplo, entre as grandes nações, a
China, com 19% dos habitantes do globo dispõe de apenas 5% da água utilizável, fazendo desse um problema crucial
cuja saída é um dos grandes desafios de seu governo.
Como parte da solução, a China está
construindo um canal de 2.500 km para levar água do Rio das Pérolas, no sul,
para as secas regiões do nordeste. A obra, exemplo de como os chineses encaram
os grandes problemas no longo prazo, foi iniciada há quase uma década, deve ser
concluída até 2040 e tem um custo estimado em 62 bilhões de dólares!
E tem mais
provas do esforço desse país para administrar eficientemente o uso do valioso
elemento: Nos últimos 10 anos, a duplicação da produção agrícola não gerou
aumento do consumo de água nas lavouras chinesas. E, desde 1990, cada 10% do aumento do PIB,
significaram apenas um acréscimo de 1% no consumo de água para uso industrial!
São
exemplos notáveis que comprovam que o casamento da vontade política com a tecnologia e a qualidade da gestão dá
excelentes resultados.
No caso do
Brasil, o
grande destaque é o Projeto de Transposição do São Francisco, que
pretende o desvio de 1,5% da vazão do rio para regiões carentes do
Nordeste, contribuindo decisivamente para solucionar os problemas
decorrentes da falta de água para 12 milhões de pessoas. Sem dúvida, isso deve ocasionar um impacto de
grandes proporções no ambiente social, econômico e político nos estados de
Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, com resultados muito
positivos no ritmo e qualidade de seu desenvolvimento.
Pensar no
longo prazo é fundamental. O que significa que não é sem tempo para iniciar os grandes
projetos que o Brasil precisa para atender as necessidades das gerações
futuras.
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