segunda-feira, 16 de março de 2015

CRESCIMENTO SEM RUMO


 Mergulhado nas incertezas, o Brasil está passando por um de seus piores momentos no que vai desse Século XXI, debilitado sob o peso de uma governança desorientada, dos efeitos perniciosos da crise internacional, da falta de perspectivas críveis para sair do lamaçal no qual está metido e da perda da confiança nas suas lideranças políticas.

Nesse estágio, acompanha dezenas de outras nações em todos os cantos do planeta que perderam o rumo do desenvolvimento e que, de um modo ou outro, tentam retomar o “bom caminho” e atingir taxas economicamente sustentáveis de crescimento.

Para os pessimistas, é a hora da verdade. Para os otimistas, o pior já passou e trata-se apenas de ajustes necessários para voltar à senda do crescimento. Para o povo, resta esperar, agüentar as conseqüências do descalabro – a piora da inflação e do emprego são os efeitos diretos mais sentidos– e rezar para que a tormenta passe logo.

Agora, olhando o futuro, tudo ficaria mais fácil se o Brasil tivesse um programa de desenvolvimento em longo prazo. Como não tem esse guia, fica por isso refém dos interesses imediatistas de grupos poderosos, das ações político-partidárias que raramente olham o bem geral, da pressão das circunstancias nem sempre favoráveis e, abusando do velho ditado para resolver grandes problemas, na esperança de que “Deus é brasileiro”. Será?

É mais que evidente que seria muito positivo é contar com uma diretriz firme - quem sabe na forma de um PLANO DECENAL DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO - que, qual farol no meio da tempestade, assinale o caminho a seguir evitando, inclusive, a sensação de que, sem rumo, a nau brasileira segue à deriva empurrada pelas suas fragilidades, lembrando que “para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho é bom”.

 O bom seria que esse esforço de crescimento integrado tenha como foco políticas permanentes para colocar todos os indivíduos, sem distinções, em igualdade para competir. Nesse particular, a educação de qualidade tem um rol absolutamente fundamental.

Também, como prioridade, ao mesmo tempo em que estabelece como norma constante um profundo respeito pelo meio ambiente, mantêm políticas claras para o crescimento dos setores chaves da economia, sempre de olho para manter o egoísmo natural das forças orientadas pelos mercados no justo calibre dos interesses maiores do País, humanizando e transformando positivamente as relações entre o capital, a tecnologia, o governo e o trabalho.

Igualmente, que tenha como missão fazer do governo uma bem aceitada estrutura, regida por princípios de austeridade, eficiência, transparência e produtividade, exercendo seu papel com eficiência para manter a inflação, as contas públicas e o endividamento, interno e externo, sob absoluto controle. 

Igualmente, que zele pela melhor distribuição de renda e a disseminação de conhecimentos para completar a formação de cada indivíduo como ser humano-social, preparando-o melhor para as mudanças dos tempos que virão.

Será pedir muito?



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