quarta-feira, 13 de maio de 2015

QUESTÕES INTRIGANTES E INQUIETANTES


Comunicado importante: um grupo seleto dos mais afamados economistas, em badalado seminário sobre alternativas para gerar empregos, concluiu que sem consumo em expansão não pode existir desenvolvimento economicamente sustentável num país com as características do Brasil e, consequentemente, os mercados são fatalmente reduzidos e facilmente eliminados. E, sem mercados, não existem empresas. E, sem empresas, não podem existir empresários. E, sem empresários, não podem existir empregos. E, sem políticas de longo prazo, com objetivos claros, precisos,
 transparentes, na forma de um Projeto Nacional de Desenvolvimento, tudo fica mais difícil e confuso. E que ao Governo corresponde exercer, de modo inquestionável, seu papel de dinamizador e regulador do processo de geração de riquezas, sintetizado no ritmo de crescimento do País.

Papel que, infelizmente, há muitos anos, o Governo tem deixado de exercer, atolado na ineficiência e na corrupção.

Um dos tantos exemplos de falha gritante na governança do País é um ponto intrigante: Porque uma parcela tão substancial dos financiamentos do BNDES está dirigida para grandes empresas, inclusive gigantes multinacionais? Quais os critérios para o uso do FAT – Fundo do Amparo ao Trabalhador? Porque se dá tanto a quem menos precisa, aumentando o abismo tenebroso da concentração da renda, contrariando o discurso oficial de distribuição mais justa da riqueza nacional?

Até porque é reconhecido sem discussões por economistas, políticos e membros da elite (?) da burocracia estatal que o custo de um emprego no campo é até 20 vezes menor que o custo de um emprego em setores intensivos de capital.  E que esse custo, numa pequena empresa urbana, não passa de US$ 6.000, 12 vezes menor que aquele necessário para alavancar um posto de trabalho numa grande empresa. E mais: a capacidade de geração de empregos indiretos dos pequenos empreendimentos é, pelo menos, equivalente àquela dos grandes projetos.

Fica a questão: se é apenas uma mistura azeda de miopia e incompetência, temperada com interesses inconfessáveis, que leva nosso maior banco indutor do desenvolvimento a financiar tão esplendidamente os grupos mais poderosos? Porque, num país de escassos recursos e precária poupança interna, que precisa gerar pelo menos 20.000.000 de empregos nos próximos 10 anos, a balança pende tão ostensivamente para um lado? Será que, na visão dos doutos especialistas oficiais, esse é o melhor caminho para gerar um desenvolvimento economicamente sustentável?

Mas, infelizmente, ainda não é tão claramente visível nem têm suficiente destaque na agenda das lideranças econômicas e políticas - essas normalmente agraciadas com generosos benefícios – que em momentos de crise é fundamental o combate prioritário e sem tréguas á falta de oportunidades de trabalho – o desemprego é sua face mais visível - com poder suficiente para arrasar as conquistas obtidas com anos de trabalho, movimentando seus tentáculos maldosos para esmagar as esperanças de uma vida melhor para dezenas de milhões.

Esses tentáculos tomam formas conhecidas, como fome, mortalidade infantil, doenças, discriminação racial e sexual, má qualidade da educação, injustiças, má distribuição da riqueza, falta de oportunidades, desigualdade social, miséria, más condições de vida, insalubridade, em soma, morte da esperança de uma vida digna.

Tudo isso faz da luta para manter e aumentar a oferta de oportunidades de trabalho um ponto fundamental na agenda de um desenvolvimento social e economicamente sustentável.




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