Uma breve análise da economia internacional nas duas últimas
décadas revela à formidável evolução do processo de globalização, fortemente alicerçadas
nas impressionantes mudanças tecnológicas incorporadas as redes mundiais de comunicação
e de transporte. E a internet, tida como a descoberta mais revolucionaria dos
tempos modernos, tem lugar de honra!
O que, na vida real, nos coloca a todos no mesmo barco – as
últimas crises servem de exemplos inquestionáveis – ainda que nessa viagem para
o futuro alguns viajem de primeira classe e a maioria abaixo da linha de
flutuação.
Ou colocado sob outro ponto de vista:
Ganha espaço nas mesas de discussão a ideia de que a globalização não favorece
os povos, muito menos os países pobres e, pelo contrario, de forma intensiva,
privilegia discriminadamente os países ricos e seus rebentos mais festejados,
as grandes corporações, essas sim as grandes beneficiárias da
internacionalização da economia mundial.
De qualquer modo, é natural que esse processo suscite embates
eletrizantes entre os que estão a favor - que apontam os resultados positivos
derivados do crescimento espetacular do comércio, do turismo, dos investimentos
internacionais e do melhor relacionamento entre as nações - com aqueles preocupados
com a concentração crescente da riqueza, o avanço dos conflitos raciais e
religiosos, a cultura de consumismo, o modelo predador de produção de riqueza e
o aumento do desemprego, tudo aumentado com o insuficiente dinamismo do
crescimento global e a falta de respostas contundentes para as disparidades
sociais e para o prenúncio claramente desastroso de uma mudança climática.
Mas, de qualquer modo, o processo parece irreversível e,
possivelmente, definitivo. Até porque surgiu naturalmente, sem pais conhecidos,
sem donos, sem profetas e sem ideologias. E quem sabe por que, na sua forma
primitiva, teve origem nos alvores da humanidade para dar vazão à curiosidade e
o espírito aventureiro de nossos ancestrais, para muitos dos quais as trocas –
o comércio – era uma questão de sobrevivência e de progresso, que justificaram
e ajudam a entender um de seus momentos mais gloriosos: As viagens do Descobrimento, pouco
mais de 500 anos atrás. E também porquanto parece ser uma boa resposta para
o uso intensivo do conhecimento, da inovação e da tecnologia, cuja expansão no
último quarto de século ultrapassa os limites da mais otimista das previsões e
hoje são parte fundamental na construção de um “Novo Mundo” que,
essencialmente, encerra a promessa de um futuro melhor para todos os povos do
Planeta.
Lógico, esse pode ser um bom caminho para o amanhã desde que seus
habitantes – suas lideranças – não deixem transbordar os limites de sua cobiça,
egoísmo e ânsia de poder, usando fortemente o freio da sensatez, da ética e da
solidariedade.
Valem assinalar que nesta
parte do mundo, especialmente no Século XXI, as mudanças econômicas verificadas
no Brasil são mais bem explicadas desde uma perspectiva global, desde que
recebem a influência – positiva ou negativa - do comportamento dos mercados
externos, especialmente aqueles das grandes nações que, de forma direta ou
indireta, ditam o ritmo do crescimento mundial.
Finalmente, o mais importante é não esquecer que, para muitos, a
virtude intrínseca da globalização reside no fato de ser a maior promessa de sustentação
da paz que a humanidade,
guerreira por natureza, conheceu no decorrer de sua fascinante e atribulada História.
O que, de longe, justifica sua existência e os esforços para seu
aperfeiçoamento e continuidade.
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