De acordo com estudo concluído por a OCDE -
Organização, para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – que reúne 34
países e conta entre seus membros alguns dos mais importantes países do planeta
– nos últimos dez anos, enquanto a economia global cambaleava imersa na
dolorosa crise do sistema utilizado para produção de riqueza, a diferença entre
os mais poderosos – que tudo tem – e o restante da humanidade – que pouco ou
nada tem – aumentaram de forma significativa, ampliando o potencial de conflitos
latentes entre os dois grupos e dificultando a retomada de um desenvolvimento
sustentável.
Em termos absolutos, a parcela dos 10% dos mais
abastados do mundo aumentou sua participação no bolo da riqueza mundial em pelo
menos 12%, enquanto que o restante 90% amargava uma queda de 15%, o que aumenta
a necessidade da procura de soluções para evitar-se a continuidade dessa tendência
que encerra consequências desastrosas para o bom funcionamento do contrato
social, base do convívio harmônico entre as diferentes sociedades que desfrutam
das benesses da Mãe Terra.
Esse
descompasso não tem passado despercebido e parece ganhar espaço entre os principais
responsáveis pela governança planetária que esse problema não é um item isolado
entre as calamidades do “sistema” e que os caminhos para
alcançar um equilibro fundamental para a distribuição de riqueza passa,
obrigatoriamente, pela solução dos grandes problemas mundiais que abrangem
temas como exclusão social, educação, pobreza, direito das minorias, convívio
entre etnias e religiões, integração econômica, controle de armamentos,
soberania, meio ambiente, ética na
política, corrupção, comércio internacional, papel das Nações Unidas,
desenvolvimento sustentável, enfim, os temas cruciais podem estender-se e
preencher as agendas dos diferentes fóruns internacionais que procuram uma
saída para os tempos difíceis que vivemos hoje e que são uma evidente ameaça
para o futuro da humanidade.
Nessa conjuntura, que hipoteca o futuro, as grandes e mais ricas nações do mundo tem culpa redobrada, dando a impressão de contemplar o mundo do alto de sua soberba sempre pródiga no velho conselho: “Façam o que eu falo e não o que eu faço”. Traço típico do colonialismo tradicional!
Assim, os mais fracos - países, empresas e pessoas-- são os que pagam a maior parte da conta gerada pela ineficiência mundial em formular e adotar sistemas mais seguros de convivência econômico-financeira.
Daí resulta imperioso estabelecer-se um
sistema que procure harmonizar os interesses das nações mais poderosas com os
justos anseios das menos afortunadas que, por outra parte, serão melhores
mercados para todos quanto maior seja o poder de compra de seus habitantes.
Por outra parte, é importante não esquecer que a “crise” desse começo de Século foi um vivo exemplo de como são fortes as amarras que prendem as nações e suas componentes chaves.
No presente, até que forçados pelas circunstancias, já é possível vislumbrar-se a possibilidade de mudanças que poderão consolidar conceitos inovadores sobre como os efeitos do crescimento podem também ser geradores de uma forma mais justa de distribuição da riqueza, privilegiando a consolidação de uma nova visão do processo econômico, menos egoísta e mais direcionada para valorização da pessoa como ser social e objetivo primeiro dos sistemas de geração de riqueza.
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