quinta-feira, 25 de junho de 2015

MERCADOS E INTERESSES







O mercado - ou melhor, os interesses daqueles que mais podem - é o que predomina nesse nosso mundo globalizado e que se rege, de modo implacável, pela concorrência e não pela cooperação. Isso é natural, desde que o que se busca é a maximação dos benefícios, não o bem comum de toda uma sociedade. E como geralmente ensinam os fatos, estes resultados são alcançados à custa da devastação da natureza e da gestação perversa de desigualdades sociais, malefícios aos que devem somar- se uma escolta sombria de efeitos colaterais.


Até porque, sem medir as consequências para o bem estar e o futuro da sociedade, tudo pode ser levado ao mercado: água, os alimentos, o vestuário, a saúde, a educação, o esporte, as artes, o entretenimento, o sexo, a política, as religiões, a ética, a tecnologia, a segurança, os meios de morte e destruição, enfim, a lista de “bens” comercializáveis é interminável e fazem o júbilo do “sistema”.


Essa forma de organizar a sociedade cindiu a humanidade de cima a baixo: Por um lado, criando um fosso enorme entre os poucos ricos e os muitos pobres – símbolo máximo da injustiça social -e, por outra parte, se criou também uma iníqua injustiça ecológica. Assim, no afã de acumular, foram explorados de forma predatória bens e recursos, sem  qualquer limitação e respeito. O que se busca é o enriquecimento cada vez maior para consumir mais intensamente, esquecendo nessa volúpia que os recursos da Terra são finitos e que a Natureza passa, mais cedo ou mais tarde, sua fatura.


A crise dos tempos atuais, como tantas outras no passado, podem melhor ser analisada observando as implicações desses dois nefastos paradoxos que põem em dúvidas a capacidade de governança dos sistemas políticos que, por ofício, deveriam evitar sua existência, evolução e consequências.·.


 E, como não podia deixar de acontecer, para pôr mais lenha na fogueira, sempre alimentada1 pela cobiça, a negligencia e a falta de controles adequados nos grandes atores do sistema financeiro.


Nos últimos anos não faltaram compromissos solenes para implementação de ações concretas para tentar domar esses desc2ontroles, muitos das quais sacramentadas nas Cumes dos G20 – as 20 maiores economias do mundo -  nas reuniões de organismos multilaterais, como as Nações Unidas, assim como  nos discursos de prestigiosas lideranças políticas que têm insistido na necessidade de medidas firmes para evitar o agravamento dessa anarquia na nossa caminhada para o futuro.


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Contudo,  a política (os políticos) e os interesses falam, em geral,  mais alto e os resultados ficaram há anos luz das intenções e, mais lamentável ainda, foram também convenientemente esquecidos por alguns governos de grandes países, muito mais preocupados em resguardar posições conflitantes e que, para alegria de alguns, servem muito bem para aumentar a venda de armas e todo tipo de sistemas de destruição.


 


Nunca está demais recordar que vivemos num espaço da galáxia onde todos, de uma forma ou outra, dependem de todos. E que, mais tarde ou mais cedo, com maior ou menor intensidade, recebemos os efeitos, positivos ou negativos, daquilo que acontece pelo mundo afora.


 


De tudo isso, os anêmicos indicadores do desenvolvimento do Brasil nos últimos tempos podem ser também explicados, em parte, pelo que está acontecendo no restante do globo. Mas, atenção: Somente em parte!


 


 

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