quinta-feira, 2 de julho de 2015

O PLANO






Finalmente, o governo anuncia o PNE (Plano Nacional de Exportação 2015-2018) com o objetivo manifesto de servir de instrumento para aumentar a participação brasileira nos mercados mundiais.


Enfim, mais vale tarde de que nunca se proclame aos quatro ventos a importância estratégica das vendas externas no seu papel de alicerce fundamental para um desenvolvimento economicamente sustentável em nosso mundo globalizado, exigente ao máximo da excelência na gestão dos negócios internacionais e instrumento básico para chegar e permanecer entre as nações vencedoras na corrida para o futuro.


Pena que, como outras vezes, o Plano seja uma concepção de um governo, não (como deveria ser!) um projeto de Estado, blindado contra as mudanças políticas inevitáveis, que tradicionalmente tendem a fazer valer “sua ideia”, com uma pressa danosa para os interesses maiores do País. Isso, geralmente, teimando em reinventar a roda sem olhar em volta!


Vem à memória um esforço governamental grandioso, uns 50 anos atrás: “Exportar é a solução”, era o slogan da campanha oficial para motivar as empresas a sacudir a poeira do letargo colonial das exportações tradicionais de café, cacau, açúcar, banana e madeira, colocando nas costas das vendas externas o encargo maior na ingente tarefa de acelerar nosso desenvolvimento. Em termos, seria algo assim como o PAC da época, só que, basicamente, sob responsabilidade de empresas privadas que conquistam mercados no exterior.


Historicamente, foi a primeira vez que a burocracia governamental demonstrava entender a importância crucial da inserção internacional do País - de suas empresas - como alavanca para a geração de riquezas e como incentiva para a melhoria da qualidade, da produtividade e do emprego, assim como elemento crucial para incentivar a aplicação de novas tecnologias e de novos sistemas de gestão. Ou, de outro modo, tinha a virtude de potencializar um elo fundamental no circulo virtuoso do desenvolvimento.


O PNE se baseia em cinco estratégias: acesso a mercados; promoção comercial; facilitação de comércio; financiamento de garantias às exportações; e aperfeiçoamento do sistema tributário relacionado ao comércio exterior. O novo plano unifica, pela primeira vez, todas as ações e estratégias do país para exportação de bens e serviços, contando que as medidas de incentivos permitam o aumento do número de empresas que incursionam nos mercados externos e dando atenção especial às pequenas e médias organizações.


Essas ações, se aplicadas correta e continuamente, serão de uma ajuda inestimável para que as empresas possam enfrentar o grande desafio de competir eficazmente em cenários sabidamente competitivos por natureza, contando com os instrumentos adequados para encarar as mutações dos mercados em continua evolução. Por outra parte, não pode esquecer-se que o comércio internacional é um campo onde apenas sobrevivem aqueles preparados para vencer as batalhas dos mercados e que possuem, além do apoio inteligente do governo, uma paixão por vencer desafios que, quanto mais difíceis, maiores recompensas e satisfações oferecem.


È mais que evidente que o sucesso do Plano depende essencialmente do espírito empreendedor de nossos empresários e da colaboração, absolutamente fundamentais, das centenas entidades privadas que reúnem as forças produtivas do Brasil.

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