Os chineses demonstram serem excelentes
participantes do jogo de xadrez travado entre as potencias que lutam pelo
predomínio planetário, trabalhando com celeridade e eficácia para ganhar
posições estratégicas no vazio deixado pelos EUA e pela Europa.
Os grandes conquistadores do Século XIX
(Europa) e do Século XX (EUA), imersos na crise e sem forças (recursos)
para revidar a forte arremetida chinesa apenas podem ser espectadores ansiosos
que sabem que estão começando a perder o jogo do poder global para um adversário decidido que batalha
para confirmar a previsão feita na sessão inaugural da APEC, (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico),
em1989: “o Século XXI será o Século do Pacífico”.
Nos últimos anos, quando uma ventania
tempestuosa sacudia as estruturas da economia globalizada, sem perdoar nenhum
pedaço do planeta, a China iniciou uma ofensiva mundial para ocupar os espaços
deixados pelos outrora “donos do mundo” e provar que é um país confiável,
forte e que busca a paz, a amizade e a harmonia entre as nações. E
que hoje, é a único que tem a bolsa cheia para investir, financiar e
comprar.
Seguidores do lendário Sun Tzu - até obedecendo a suas táticas militares e ensinamentos filosóficos - chama atenção as constantes viagens dos mais altos mandatários chineses – em especial, seu presidente Xi Jinping e seu primeiro ministro, Li Kegiang – que seguem uma eficaz maratona de visitas à países da África e de América Latina.
Aliás, nas
últimas semanas o primeiro ministro Li Kegiang completou uma ronda por Brasil –
que rendeu acordos valorados em 53 bilhões de dólares – seguindo por Chile,
Peru e Colômbia, quando contratos por algumas dezenas bilhões confirmam a
intenção do dragão asiático de cumprir a metas de investimentos mínimos de 250
bilhões nos próximos anos.
Tudo isso
complementado com o projeto de incrementar em 100% o intercambio comercial com
a região, nos próximos sete anos, até alcançar os 500 bilhões de dólares lá por
2022.
É importante anotar que não se trata apenas do potencial
das relações econômicas com o antigo Império do Médio senão iniciar uma etapa
decisiva para as empresas regionais obrigadas a cavar cada vez mais fundo na
busca de suas vantagens competitivas, muitas vezes esquecidas na bonança dos mercados
cativos, colocando na ordem do dia conceitos como inovação, produtividade,
competitividade, alianças estratégicas e busca incessante de novos mercados.
O grande
saldo inquestionável dessa relação que, além do nascimento de novos mercados, é
que esse intercambia foi decisivo para equilibrar as contas externas da região
e proporcionando um empurrão significativo para elevar o ritmo de seu
desenvolvimento.
Ao mesmo tempo, os investimentos e as empresas chinesas não param de
chegar, tanto aproveitando as imensas oportunidades dos países emergentes da
América Latina - que reúnem 600 milhões de pessoas e que se estende desde a
fronteira sul dos EUA até a Antártica - como abrindo novos caminhos na
competição global por mercados e negócios.
O grande jogo está acontecendo. Se continuar, vai significar a maior mudança do poder global dos
últimos três séculos, o que poderá ser plenamente concretizada na década
iniciada em 2030.
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