quarta-feira, 29 de julho de 2015

TEMPOS INCERTOS





Apesar de que pouco notada e perdida no turbilhão de notícias agourentas sobre os rumos da economia brasileira que, entre outras coisas, ajudam a formar uma visão calamitosa sobre o futuro, merece destaque o fato de que a balança comercial está tendo uma vigorosa recuperação que, depois dos magros resultados dos três últimos anos, já permite projetar um superavir na faixa dos dez bilhões de dólares. Que, temos que reconhecer, é um excelente resultado, ainda mais que esse feito acontece sem a tradicional ajuda das exportações de commodities, castigadas pela queda da demanda globalizada, a China na cabeça!


É mais que evidente que não pode ignorar-se a situação difícil pela qual está passando o Brasil, que suporta a pesada carga da retração dos mercados, tanto aqui como lá fora; da burrice do sistema impositivo, vassalo da cumplicidade com uma burocracia ávida por controles e fiscalizações; da ganância sem ética dos juros além de qualquer fundamento; do açoite impiedoso da corrupção, que suga energias vitais para o progresso; da ineficiência da governança pública, atropelada pelos fatos e pela incapacidade de revidar; e do jogo político, nutrido por setores que erguem a bandeira do “quanto pior, melhor”. Isso, por dizer o menos.


Em soma: É uma conjuntura que se alimenta das crises que provoca e que, entre outras coisas, repete um quadro já vivido em numerosas ocasiões, quando as visões apocalípticas de alguns, pessimistas ou descrentes ou subordinados a interesses inconfessáveis, previam um futuro de desgraças sem fim.


Por outra parte, não podemos esquecer que a Historia ensina que as crises são cíclicas, inevitáveis e servem para pôr a prova o direito real do homem à sobrevivência. Têm, para muitos, o efeito de uma capina de proporções gigantescas, que vai possibilitar o desenvolvimento sadio da planta-mãe da prosperidade.


Mas como sempre, depois da tempestade vem a calma. E depois das crises, sempre chegam tempos melhores, tal como a História teima em ensinar àqueles que se aferram a um presente conturbado para espelhar os tempos que virão.


Agora fundamental entender a necessidade de redesenhar importantes peças de nosso sistema de produzir riquezas e manter o máximo empenho em introduzir, com urgência, políticas e ações intensas e persistentes, focando principalmente educação, infraestrutura, inovação, melhoria da qualidade, tecnologia, investimentos e fortalecimento do tecido social.
Nesse entorno de desafios, um papel importante está reservado para as pequenas e médias empresas (P&M), chamadas a continuar a enfrentar bravamente os obstáculos do presente e, sem desanimar, pagar o pedágio inevitável para a sobrevivência, cujo valor é a capacidade de competir.


E que, a partir da compreensão da necessidade de participar e ganhar o desafio da competitividade, vista aqui como um conjunto de atributos de excelência empresarial - visão de negócios; informação; especialização; inovação; gestão eficiente; comunicação; diferenciação; marketing; relacionamento; criatividade e lucratividade – as P&M têm ferramentas para crescer com segurança e alcançar um papel de relevância na criação do circulo virtuoso do desenvolvimento do Brasil.


Em verdade, mudanças globais estão acontecendo a uma velocidade impressionante, sendo preciso um esforço titânico - o Brasil pode! – para ficar em sintonia com esse novo mundo, mutante, exigente e que não permite atrasos na procura de um amanhã cada vez melhor.


 


 

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