Na esteira de suas constantes advertências sobre o grave
problema do clima e coerente com o histórico acordo celebrado com China para
controle e redução dos perigos do aquecimento global, o presidente Barack Obama
anunciou um plano ambicioso para mudar drasticamente a forma de produzir
energia elétrica nos EUA, reduzindo gradual porem efetivamente o uso do carvão
como principal fonte de geração desse insumo vital que sustenta “the way of
life” da maior economia do mundo. Importante: Não esquecer que 50% da produção
de energia elétrica no gigante do norte se originam na queima de carvão. Na
China essa proporção é maior: Quase 75%!
O projeto – que contraria interesses formidáveis e que já está
originando um vendaval de protestos por conta da poderosa turma que prefere ver
o circo pegar fogo antes de perder privilégios e negócios – pretende reduzir à
utilização de carvão em 32% nos próximos 15 anos, tomando o ano 2005 como base,
e assim reduzindo o efeito nefasto da maior fonte de emissão de CO2 dos EUA, e deverá dar lugar à geração de “energias limpas”, especialmente aquelas
geradas pelo vento e o sol.
Essa medida aumenta a credibilidade dos EUA e serve de
preparação para a Conferencia Mundial sobre a Mudança Climática, que será
realizada em dezembro próximo, em Paris, de onde se
espera, ansiosamente, um consenso que inclua a maior parte, senão todas, as
nações do globo, para chegar a um compromisso viável na grandiosa tarefa de
adotarem medidas para salvaguardar o clima de nosso castigado Planeta.
Vai precisar muita coragem
e visão humanista para enfrentar a verdade mais que inconveniente sintetizada
no modelo vigente nos últimos 300 anos de produzir riqueza, incorporado solidamente a nossa
“sapiência” política- econômica.
É
que, na verdade, o “sistema”, firmemente
apoiado na lei férrea dos mercados, sustenta que é preciso crescer
continuamente, a qualquer custo, cada vez mais, e mais, e mais... sem limites.
Oba! Mais consumo, mais riqueza, mais uso dos recursos naturais. E - nunca está demais para dar uma mãozinha - muita
desconfiança, insegurança, violência, discórdia e conflitos sangrentos, tudo
para manterem aquecidos os mercados de segurança e de armamentos. Que são
componentes muito importantes no modelo vigente.
Ironicamente, nos tempos
atuais, no auge do conhecimento, da tecnologia e da riqueza global, esta é a única geração capaz de se
autodestruir na longa história do homem na Terra. E não esta demais aproveitar essa
ocasião para repensar alguns modelos - econômicos, social, político, moral, de
comportamento e de códigos de relacionamento - que o saber convencional
entronizou como definitivos e imutáveis.
O presidente americano, com o peso de sua autoridade e de
sua responsabilidade de compartir com a China o ingrato papel de maior
consumidor de energia e maior emissor de gases efeito estufa, afirmou que as
ações humanas estão mudando o clima do mundo de forma perigosa. E lembrou que
14 dos últimos 15 anos foram os mais quentes já registrados.
"Nossa geração é a primeira a sentir os efeitos do
aquecimento global", disse Obama. "E a última a ter a oportunidade de
fazer alguma coisa”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário