sexta-feira, 7 de agosto de 2015

UMA LUTA COLOSSAL


Na esteira de suas constantes advertências sobre o grave problema do clima e coerente com o histórico acordo celebrado com China para controle e redução dos perigos do aquecimento global, o presidente Barack Obama anunciou um plano ambicioso para mudar drasticamente a forma de produzir energia elétrica nos EUA, reduzindo gradual porem efetivamente o uso do carvão como principal fonte de geração desse insumo vital que sustenta “the way of life” da maior economia do mundo. Importante: Não esquecer que 50% da produção de energia elétrica no gigante do norte se originam na queima de carvão. Na China essa proporção é maior: Quase 75%!

O projeto – que contraria interesses formidáveis e que já está originando um vendaval de protestos por conta da poderosa turma que prefere ver o circo pegar fogo antes de perder privilégios e negócios – pretende reduzir à utilização de carvão em 32% nos próximos 15 anos, tomando o ano 2005 como base, e assim reduzindo o efeito nefasto da maior fonte de emissão de CO2 dos EUA, e deverá dar lugar à geração de “energias limpas”, especialmente aquelas geradas pelo vento e o sol.

Essa medida aumenta a credibilidade dos EUA e serve de preparação para a Conferencia Mundial sobre a Mudança Climática, que será realizada em dezembro próximo, em Paris, de onde se espera, ansiosamente, um consenso que inclua a maior parte, senão todas, as nações do globo, para chegar a um compromisso viável na grandiosa tarefa de adotarem medidas para salvaguardar o clima de nosso castigado Planeta.  

Vai precisar muita coragem e visão humanista para enfrentar a verdade mais que inconveniente sintetizada no modelo vigente nos últimos 300 anos de produzir riqueza, incorporado solidamente a nossa “sapiência” política- econômica.

É que, na verdade, o “sistema”, firmemente apoiado na lei férrea dos mercados, sustenta que é preciso crescer continuamente, a qualquer custo, cada vez mais, e mais, e mais... sem limites. Oba! Mais consumo, mais riqueza, mais uso dos recursos naturais. E - nunca está demais para dar uma mãozinha - muita desconfiança, insegurança, violência, discórdia e conflitos sangrentos, tudo para manterem aquecidos os mercados de segurança e de armamentos. Que são componentes muito importantes no modelo vigente.
  
Ironicamente, nos tempos atuais, no auge do conhecimento, da tecnologia e da riqueza global, esta é a única geração capaz de se autodestruir na longa história do homem na Terra. E não esta demais aproveitar essa ocasião para repensar alguns modelos - econômicos, social, político, moral, de comportamento e de códigos de relacionamento - que o saber convencional entronizou como definitivos e imutáveis.

O presidente americano, com o peso de sua autoridade e de sua responsabilidade de compartir com a China o ingrato papel de maior consumidor de energia e maior emissor de gases efeito estufa, afirmou que as ações humanas estão mudando o clima do mundo de forma perigosa. E lembrou que 14 dos últimos 15 anos foram os mais quentes já registrados.

"Nossa geração é a primeira a sentir os efeitos do aquecimento global", disse Obama. "E a última a ter a oportunidade de fazer alguma coisa”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário