Um tremor preocupante
Há pouco mais de dois séculos, Napoleão já afirmava: “Deixai a China dormir que quando acordar o
mundo tremerá.”.
Não tem passado despercebido para alguns observados mais
argutos que essa visão profética do Herói da França se ha cumprido plenamente
nos últimos anos, quando foi a China a nova e poderosa potencia mundial que
emergiu inesperada e impetuosamente dos confins do Oriente para pôr de barbas
no molho os “grandes” que cresceram para ocupar a cume do poder global a partir
de 1950, os EUA na cabeça secundado por seus fiéis seguidores, Alemanha e
Japão.
No presente, a diminuição da taxa do desenvolvimento da
China para algo muito próximo dos 7% ao ano - valor ainda substancialmente
maior que aquele registrado pelas grandes economias do planeta, mas ainda assim
longe dos espetaculares 10-12% com os quais traçava o rumo de uma trajetória
que lembrava a grandiosidade do Japão na 2ª. metade da década de 1960 -
desperta uma enxurrada de interrogantes: Será que esse é o indicador de uma
aterrissagem forçosa? Será que chegou o
fim do milagre chinês? Será que esse e o princípio do fim definitivo dos altos
preços das commodities, que foram parte fundamental do crescimento da America
Latina – o Brasil, especialmente – na década passada? Afinal, para onde vai a
China? Qual será o efeito de uma queda sensível de seu ritmo de crescimento sobre
a economia global, em particular sobre os países em desenvolvimento? E no
Brasil, como seus negócios serão afetados com um eventual declínio de seu
principal parceiro comercial e fonte fundamental de seus investimentos de longo
prazo, sacramentado no acordo Brasil-China de 2012-2021?
No meio da algazarra dos economistas de plantão pretendendo
profetizar o futuro, normalmente errados e longe da verdade, os complacentes
dirigentes chineses afirmam em total sintonizar: “Podem confiar. A China continuará a crescer e contribuir decisivamente
para o desenvolvimento da economia mundial”.
Uma profecia cumprida
Num olhar
atento, o Século XXI parece seguir firme na senda profetizada pelo então
presidente da Coréia do Sul, Park Chung-hee´s, quem já asseverava, em 1980, na
conferência de apertura da (ASEAN) – Associação de Nações do Sudeste Asiático: "O Século XXI será o século do Pacífico. Desde já, as poderosas nações
ocidentais podem preparar-se para uma revolução que sacudirá os alicerces da
economia mundial e mudará, quem sabe para sempre, o equilibro do poder”.
Proféticas palavras! Catapultados pela “nova revolução econômica da China”, iniciada em 1978, e no meio do turbilhão econômico que balizaram as décadas seguintes e que estavam mudando as regras do jogo do poder, passou quase despercebido que o caminho seguido na terra do dragão não assinalava apenas uma mudança nos padrões de participação nos fluxos internacionais do comercio, mas, fundamentalmente, a conclusão de todo um processo histórico de edificação de um mercado, no qual Ásia estava lutando, com paciência moldada por milênios, para ocupar o lugar principal.
Vale lembrar, por outro lado, que o fator China é decisivo para explicar essa expressiva mudança que se desloca do Atlântico, liderado por Europa/EUA, para a imensidão do Pacífico, onde desponta, indiscutivelmente, um novo poder planetário, respaldado por mais da metade da população mundial que não esqueceu – a memória dos orientais, como suas tradições, são sabidamente muito maiores que aquela arquivada pelos ocidentais – do longo e sofrido período, que teve seu auge nos Séculos XVIII, XIX e parte do XX, de dominação sob o pesado domínio e exploração dos “diabos brancos de olhos azuis”.
Proféticas palavras! Catapultados pela “nova revolução econômica da China”, iniciada em 1978, e no meio do turbilhão econômico que balizaram as décadas seguintes e que estavam mudando as regras do jogo do poder, passou quase despercebido que o caminho seguido na terra do dragão não assinalava apenas uma mudança nos padrões de participação nos fluxos internacionais do comercio, mas, fundamentalmente, a conclusão de todo um processo histórico de edificação de um mercado, no qual Ásia estava lutando, com paciência moldada por milênios, para ocupar o lugar principal.
Vale lembrar, por outro lado, que o fator China é decisivo para explicar essa expressiva mudança que se desloca do Atlântico, liderado por Europa/EUA, para a imensidão do Pacífico, onde desponta, indiscutivelmente, um novo poder planetário, respaldado por mais da metade da população mundial que não esqueceu – a memória dos orientais, como suas tradições, são sabidamente muito maiores que aquela arquivada pelos ocidentais – do longo e sofrido período, que teve seu auge nos Séculos XVIII, XIX e parte do XX, de dominação sob o pesado domínio e exploração dos “diabos brancos de olhos azuis”.
O que confirma que tudo muda, apenas não sabemos quando.··.
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